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08/02/2007 - 13h25

Argentina: Mendoza concentra 70% do vinho argentino

BRUNO LIMA
Enviado especial da Folha de S.Paulo a Mendoza

Mendoza é responsável por mais de 70% da produção de vinhos da Argentina, que, neste ano, deve ultrapassar o Chile no ranking dos maiores exportadores para o Brasil.

A região tem qualidades essenciais para o plantio de uvas: o contraste entre a temperatura do dia e da noite, o solo pedregoso, a altitude e a possibilidade de controlar a quantidade de água na irrigação --já que ali nunca chove. A água, abundante, é proveniente do degelo das montanhas e forma rios que abastecem a Província. O rio Mendoza é o principal.

As melhores bodegas (vinícolas) argentinas têm suas raízes fincadas em solos mendocinos. Plantam tempranillo --considerada a primeira uva a ser trazida da Espanha, por Pedro de Castillo, fundador de Mendoza em 1561--, chardonnay, cabernet sauvignon, malbec --a especialidade--, entre outras.

Os vinhos fazem parte da cultura local há muito tempo. Alguns moradores gostam de dizer que começou com a chegada de Castillo. A bebida, então, era usada nas missas celebradas por jesuítas.

Com a imigração dos italianos no final do século 19, a produção de vinhos de mesa aumentou. Mas a quantidade começou a abrir caminho para a qualidade há pouco tempo. Somente a partir dos anos 1980 Mendoza entrou para o mapa dos bons vinhos.

Para conferir como eles são feitos, é importante visitar ao menos duas das mais de 1.200 bodegas da região. Elas oferecem visitas guiadas, com degustação no final.

Nas maiores e mais famosas, o turista descobre que a produção perdeu um pouco do "glamour". Os antigos tonéis de madeira foram substituídos pelos de aço inoxidável, com maquinários que lembram os de uma fábrica de suco de laranja. Só depois da fermentação o vinho é colocado em barris de madeira, para envelhecer.

Na Familia Zuccardi (www.familiazuccardi.com) --que produz o vinho Santa Julia--, o visitante é recebido por um guia, vê a colheita, a seleção, a retirada do suco, a fermentação, o envelhecimento e o engarrafamento.

Depois, participa de um ritual de degustação --com três vinhos diferentes-- que aguça os cinco sentidos: o tato, a visão, o olfato, o paladar e a audição. O visitante aprende a segurar a taça corretamente, a diferença entre as cores, os aromas e os gostos dos vários tipos de uva. A audição fica por conta do "tim-tim". A visita é gratuita. E acaba na lojinha, onde as garrafas são vendidas por menos da metade dos preços no Brasil.

O turista pode almoçar na bodega. Depois de atravessar o parreiral, chega-se ao restaurante. O almoço completo custa 75 pesos.

Catena Zapata

Uma das estrelas entre as vinícolas mendocinas, a Catena Zapata (www.catenawines.com) também recebe visitantes. De 1902, a casa tem a maior parte de sua produção voltada para a exportação. Mas nem sempre foi assim.

Nicolás Catena, herdeiro de vinhedos com produção voltada ao mercado interno, estudou na Universidade da Califórnia. Lá, acompanhou a revolução que fez os vinhos californianos entrarem para o ranking de melhores do mundo.

Em 1985, Catena decidiu transformar a bodega de sua família. Investiu em maquinário, contratou enólogos conceituados e importou barris de carvalho franceses e americanos.

Agora tem seus rótulos premiados em vários festivais internacionais. A visita pela vinícola inclui degustação de alguns de seus vinhos. Mas a maior atração é a sede, cuja arquitetura remete à das pirâmides maias.

Na vinícola La Rural funciona o museu San Felipe. Um pouco da história dos vinhedos, dos equipamentos e dos meios de transporte de várias épocas podem ser conferidos de graça, com a companhia de um guia. Também é possível alugar uma bicicleta para passear pelos vinhedos da região.

As agências de turismo locais cobram cerca de 30 pesos pelo passeio que leva os turistas a a duas bodegas.

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