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21/03/2007 - 21h09

"Diário de Bordo": "Casal Aventura" chega à região da Patagônia

da Folha Online

Diário de Bordo O casal Flávio Prado e Maira Hora chega à região da Patagônia. A parada faz parte da Expedição Cone Sul. Os dois vão conhecer as paisagens mais deslumbrantes da região, contando tudo para a Folha Online. A viagem começou em São Paulo e prevê passagens por cidades do sul do país, Argentina e Chile.


Confira o relato do décimo quarto dia (14 de março) desta aventura.

Patagônia

Saímo de Bahia Blanca pela rota 3 em direção às cidades de Carmen de Patagones e Viedma. Percorremos cerca de 60 km e mais uma barreira zoofitosanitária. Esta, porém, não é paga. Mais uma vistoria no carro é feita. Neste trecho a estrada é boa. E o melhor de tudo: está esfriando, e isso é tudo o que esperávamos.

Um pouco mais à frente da barreira, avistamos uma placa: "Patagônia". Eba! Chegando a Viedma, fomos direto à secretaria de Turismo e Cultura da cidade, que, até agora, foi a mais perfeita de todas. Atendidos por Inês, apaixonada pelas riquezas naturais da América do Sul, ouvimos encantados sua apresentação sobre a capital da Província de Rio Negro. A secretaria está instalada em uma charmosa casa às margens do rio Negro, na avenida Francisco Viedma com a avenida Colón.

Viedma é a capital da Província de Rio Negro e possui 60 mil habitantes. Viedma e Carmen de Patagones estão divididas pelo rio Negro, que nasce em Neuquén e vem cortando toda a Província até desaguar no Atlântico, a 30 km de Viedma.

Flávio Prado/Folha Imagem
"Sal & Fuego", dirigido pelo chef Martín Pereyra, fica instalado às margens do rio Negro
"Sal & Fuego", dirigido pelo chef Martín Pereyra, fica instalado às margens do rio Negro
Em 1779, um pequeno forte é fundado e a cidade de Carmen de Patagones ali se desenvolveu. Com uma lista de restaurantes em mãos, escolhemos o Sal & Fuego. Escolha maravilhosa! Fomos atendidos pelo simpático Lisandro, que sugeriu uma pescada ao molho de limão com purê de batatas. Inacreditavelmente delicioso. O restaurante, dirigido pelo chef Martín Pereyra, está instalado em uma moderna construção às margens do rio Negro. A decoração é um charme à parte, com ambientes bem separados. Há uma cafeteria despojada e com serviço de WiFi gratuito, perfeito para recém quem acaba de chegar da estrada. Na primavera, o chef Martín prepara um festival gastronômico sob uma tenda montada ao ar livre. A vista é a mais linda de todas: o rio Negro, que ruma tranqüilo ao Atlântico. Cada dia do festival é inspirado em um poema sobre flores, que inspiram o chef Martín na construção de delícias como salada verde de broto e camarões, servida em uma casquinha de parmesão.

Com a lista de hotéis cedida por Inês, fomos à busca de um lugar para descansar. A cidade não possui muitas opções --e há empresas que vêm para fazer negócios na região. Portanto, assim que chegar, vá ao escritório de turismo e dê atenção especial à busca de um hotel. Chegamos ao Nijar Hotel, com ótimas instalações e, o mais importante, aceita cartão de crédito. Não conseguimos por que, mas, na Argentina, os estabelecimentos comerciais em sua maioria não aceitam cartão, só dinheiro --o que é péssimo para o turista e para o turismo em geral.

Flávio Prado/Folha Imagem
"Fiesta Del 7 de Marzo", comemorada na cidade de Carmen de Patagones, na Argentina
"Fiesta Del 7 de Marzo", comemorada na cidade de Carmen de Patagones, na Argentina
Deixamos tudo no hotel e partimos para uma festa regional, que foi prolongada devido às fortes chuvas que castigaram a região. Sorte nossa. A "Fiesta Del 7 de Marzo" tem duração de 10 dias. É realizada na cidade de Carmen de Patagones, a qual sofreu um ataque luso-brasileiro em 1827, quando a cidade se defendeu heroicamente expulsando seus invasores. A feira é realizada na praça 7 de Marzo, e tem a participação de artesãos de todas as partes da Argentina --entre os quais encontramos um rapaz super comunicativo.

Hector Gustavo se movimentava de uma forma diferente e, por isso, começamos a observá-lo. Suspeita confirmada: era um brasileiro. Gustavo morava no centro de São Paulo, mas, há 5 anos, vive em Buenos Aires. Gustavo produz peças em couro de capivara, divulgando a cultura do gaúcho argentino. Ele procura traçar a história do gaúcho por sua vestimenta e acessórios. Mostrou com um olhar apaixonado tudo o que produz: calças infantis, sapatinhos de couro, cintos, chaveiros e porta-lenços em couro. Santiago Robredo é cunhado de Gustavo; os dois trabalham juntos.

Flávio Prado/Folha Imagem
Hector Gustavo participa da festa 7 de Marzo em Carmen de Patagones, na Argentina
Hector Gustavo participa da festa 7 de Marzo em Carmen de Patagones, na Argentina
Robredo é ourives, aprendeu a profissão com o pai e já participa da festa há 18 anos. Suas peças em prata e ouro também têm como inspiração a cultura gaúcha. O trabalho de Robredo é primoroso e detalhista: fundindo, puxando e retorcendo fios, martelando e laminando, peças bem trabalhadas, que adornarão gaúchos por toda a Argentina e sul do Brasil. São infinitos prendedores de lenços, anéis, pulseiras, bainhas, bombas para chimarrão, fivelas, cordões com detalhes de arreios de cavalos, entre outros adornos. É possível encomendar fivelas personalizadas que são soldadas na hora. Enfim, o trabalho é lindo.

Flávio Prado/Folha Imagem
Carlos Girard, argentino de Córdoba, entalha uma cuia utilizando punção de metal
Carlos Girard, argentino de Córdoba, entalha uma cuia utilizando punção de metal
Entre o burburinho da multidão, podemos ouvir pequenas marteladas. Lá vamos nós investigar: encontramos uma roda de pessoas encantadas com o som de Carlos Girard, argentino de Córdoba que faz gravações em cuias para mate usando diferentes punções de metal. O efeito é extraordinário; suas batidas se transformam em desenhos com cavalos, pôr-do-sol, pampas e torres. Carlos nos conta a rotina dos gaúchos com seu trabalho. Impressionante sua habilidade e carisma. Conhecer o trabalho deste artesão ajudou a entender o mais famoso poema épico argentino, "Martín Ferro", escrito por José Hernández em 1872.

Antes de deixarmos a festa, nos deparamos com os chocolates artesanais de Eduardo Albano, que mora e vende chocolates em Buenos Aires, no bairro de San Telmo. Uma loucura: muitos formatos e teores de cacau.

Voltamos ao nosso hotel para o abençoado descanso, encantados com um dia tão produtivo e eclético.

Em sua aventura, o casal tem o apoio da Lenovo; da TIM Roaming Internacional; e da Virtual Track.

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