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06/04/2007
-
09h00
do Enviado Especial da Folha de S.Paulo à Chapada Diamantina (BA)
"É uma que fica em Mato Grosso?" Pobre da baiana Chapada Diamantina, confundida com a mato-grossense Chapada dos Guimarães. Ou com a Chapada dos Veadeiros, em Goiás.
Se a localização desse destino turístico não consta no mapa de muita gente, menos difundido ainda é o fato de que ele é composto por 57 municípios, abrigou ciclos de ouro, diamante e carbonado, tem parte da sua área dentro de um parque nacional e algumas noites de menos de 10ºC no inverno.
Até palco de estapeamento entre coronéis locais e membros da Coluna Prestes a Chapada já foi, nos idos de 1926.
Mas, sim, frio em plena Bahia. Montanhas, inverno, cobertores, correntes geladas de ar se infiltrando pelas frestas.
É algo tão óbvio para os locais que querem difundir o território além do ecoturismo, mas tão ignorado por quem não é de lá, que quase leva os divulgadores da Chapada ao divã. Pela frustração de constatar que grande leva dos viajantes resume a Bahia ao litoral, quando não a Porto Seguro e a Salvador.
Surpreende saber, portanto, que Lençóis, o principal dos 57 municípios, terá neste ano a nona edição de seu festival de inverno, de 28 de julho a 4 de agosto. Um evento norteado por "música, cultura e ecologia" pelo qual já passaram Gilberto Gil, Chico César, Los Hermanos e outros tantos nomes.
E ao qual talvez se some uma festa literária. A primeira edição está prevista ainda para 2007, diz o obstinado secretário de Turismo de Lençóis, Heraldo Barbosa --em 1973, ele levou fotos de Lençóis até Brasília para que a cidade fosse tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico Nacional (Iphan), e hoje às vezes se apresenta ao violão em barzinhos locais.
Inferninho e fondue
Lençóis não é Campos do Jordão, em São Paulo. Os bons e maus aspectos disso, claro, cabem à balança do turista.
A cidade também não beira 0ºC, se fondue e chocolate quente forem o que você mais quer. E não tem lojas e casas noturnas de grande porte.
Uma loja com artigos da Timberland; um restaurante francês com cardápio não tão francês assim (La Pergola: 0/xx/ 75/3334-1241); uma boa e bem variada pizzaria (Oxente Menina: 0/xx/75/3334-1475); um café (Café.com, no mercado Cultural) e um hotel (Portal Lençóis: 0/xx/75/3334-1233) ótimos, não de redes internacionais. Eis quase todo o aparato "mainstream" de Lençóis.
Para quem não espera de uma cidade pequena que ela seja uma miniatura do shopping Iguatemi é esse o atrativo: o lugar ainda não é pasteurizado.
Prova definitiva disso é que a maior balada ali é o Inferninho. Você só terá uma idéia do que se trata quando perceber que o banheiro masculino não tem luz, apenas um retângulo de iluminação que vem de fora e passa por cima da porta.
Não toca axé: toca dance music muito bem remixada e outros gêneros. Custa R$ 3 para homens e nada para mulheres. Vende uma vodca local chamada Venerof. Que é péssima, não experimente. Mas experimente a Chapada Diamantina.
THIAGO MOMM viajou a convite do Portal Hotéis e das prefeituras de Lençóis e de Mucugê.
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THIAGO MOMMdo Enviado Especial da Folha de S.Paulo à Chapada Diamantina (BA)
"É uma que fica em Mato Grosso?" Pobre da baiana Chapada Diamantina, confundida com a mato-grossense Chapada dos Guimarães. Ou com a Chapada dos Veadeiros, em Goiás.
Se a localização desse destino turístico não consta no mapa de muita gente, menos difundido ainda é o fato de que ele é composto por 57 municípios, abrigou ciclos de ouro, diamante e carbonado, tem parte da sua área dentro de um parque nacional e algumas noites de menos de 10ºC no inverno.
Até palco de estapeamento entre coronéis locais e membros da Coluna Prestes a Chapada já foi, nos idos de 1926.
Mas, sim, frio em plena Bahia. Montanhas, inverno, cobertores, correntes geladas de ar se infiltrando pelas frestas.
É algo tão óbvio para os locais que querem difundir o território além do ecoturismo, mas tão ignorado por quem não é de lá, que quase leva os divulgadores da Chapada ao divã. Pela frustração de constatar que grande leva dos viajantes resume a Bahia ao litoral, quando não a Porto Seguro e a Salvador.
Surpreende saber, portanto, que Lençóis, o principal dos 57 municípios, terá neste ano a nona edição de seu festival de inverno, de 28 de julho a 4 de agosto. Um evento norteado por "música, cultura e ecologia" pelo qual já passaram Gilberto Gil, Chico César, Los Hermanos e outros tantos nomes.
E ao qual talvez se some uma festa literária. A primeira edição está prevista ainda para 2007, diz o obstinado secretário de Turismo de Lençóis, Heraldo Barbosa --em 1973, ele levou fotos de Lençóis até Brasília para que a cidade fosse tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico Nacional (Iphan), e hoje às vezes se apresenta ao violão em barzinhos locais.
Inferninho e fondue
Lençóis não é Campos do Jordão, em São Paulo. Os bons e maus aspectos disso, claro, cabem à balança do turista.
A cidade também não beira 0ºC, se fondue e chocolate quente forem o que você mais quer. E não tem lojas e casas noturnas de grande porte.
Uma loja com artigos da Timberland; um restaurante francês com cardápio não tão francês assim (La Pergola: 0/xx/ 75/3334-1241); uma boa e bem variada pizzaria (Oxente Menina: 0/xx/75/3334-1475); um café (Café.com, no mercado Cultural) e um hotel (Portal Lençóis: 0/xx/75/3334-1233) ótimos, não de redes internacionais. Eis quase todo o aparato "mainstream" de Lençóis.
Para quem não espera de uma cidade pequena que ela seja uma miniatura do shopping Iguatemi é esse o atrativo: o lugar ainda não é pasteurizado.
Prova definitiva disso é que a maior balada ali é o Inferninho. Você só terá uma idéia do que se trata quando perceber que o banheiro masculino não tem luz, apenas um retângulo de iluminação que vem de fora e passa por cima da porta.
Não toca axé: toca dance music muito bem remixada e outros gêneros. Custa R$ 3 para homens e nada para mulheres. Vende uma vodca local chamada Venerof. Que é péssima, não experimente. Mas experimente a Chapada Diamantina.
THIAGO MOMM viajou a convite do Portal Hotéis e das prefeituras de Lençóis e de Mucugê.
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