Turismo

737-100 e 737-200

MARCOS RESENDE*
Especial para a Folha Online

O primeiro 737 - o modelo 100 - estreou em operações comerciais em 10 de fevereiro de 1968, com a empresa alemã Lufthansa, menos de um ano depois do primeiro vôo de teste. Em 28 de abril do mesmo ano, o 737 iniciou seus vôos nos Estados Unidos, com um modelo 200 operado pela United Airlines.

O avião usava dois motores turbojato Pratt & Whitney JT8D, instalados embaixo das asas. Essa posição, perto do solo facilita o acesso aos motores pelos mecânicos. Outra inovação foi a escada retrátil instalada junto à porta dianteira esquerda, que dispensava o uso de pontes ou escadas de terra.

Desenhado para ser operado por apenas dois pilotos, numa época em que a maioria dos aviões a jato usava três tripulantes (dois pilotos e um engenheiro de vôo) e a tecnologia disponível não permitia muita automatização, o 737 modelo 100-200 criou entre os pilotos fama de "trabalhoso". Podia levar até 124 passageiros, em filas de três assentos, separadas por um único corredor.

O 737-100 foi rapidamente retirado de linha (apenas 30 unidades foram fabricadas). As empresas preferiam o 737-200, mais longo e mais possante. Em 1971 foi introduzido o 737-200-Advanced. O primeiro avião foi entregue para a All Nippon Airways, do Japão. Com as mesmas dimensões do 737-200 original, o novo modelo trazia importantes melhoramentos como sistema de freios automático, motores mais fortes, maior peso e autonomia. Essas modificações tornaram o 737-200-Advanced capaz de decolar e pousar em pistas mais curtas e, com certas opções como pneus de baixa pressão, até de pistas de terra ou cascalho. O avião é bom mesmo.

Foram fabricados 1.114 aviões dos modelos - 200, a grande maioria ainda em uso comercial. O último 737-200 fabricado foi um Advanced, entregue para a Xiamen Airlines em 8 de agosto de 1988.

Os modelos 737-200 e Advanced são, ainda hoje, operados por inúmeras empresas em todo o mundo, devido à sua alta confiabilidade e robustez. No Brasil, são utilizados pela Vasp e pela Varig em rotas domésticas. Com a introdução do 737-300 no final dos anos 80, os pilotos brasileiros, influenciados por uma novela da época, apelidaram o 737-200 de "brega", enquanto o moderno 737-300 era o "chique". Até hoje os pilotos chamam o 200 carinhosamente de "breguinha".

* Marcos Resende é piloto comercial

 

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