Você e a estação

Quem ganhará a disputa eleitoral pela presidencia da república?

Barbara Abramo, março de 2006

Podemos esperar um ano de campanhas apaixonadas e polarizadoras, onde vencerá quem detem o perfil mais familiar e conservador, possivelmente Lula, se este se recandidatar. A analise abaixo toma como provável a recandidatura de Lula a presidência. Porem, devido aos eclipses em curso durante o ano e os bem próximos da eleição, não se sabe que seja lançado o mesmo candidato. Pode ser que Lula lance um outro candidato ás eleições próximas. Lula, não o PT. Este será o partido que enfrentará um processo de garimpagem, amadurecimento e mudanças devido aos trânsitos importantes e graves de Saturno. Tomo por base que Lula reeleito não significa poder do PT, porque oficialmente Lula fez todo o esforço para mostrar sua distancia ou independência em relação ao partido. De modos que vitória do Lula não significa vitória do PT, isso se Lula se recandidatar. Mas se ele se recandidatar, as chances de que vença são muito grandes confirmando os resultados das pesquisas atuais de preferência da população. No entanto, há muitos sinais de que haverá algo nessa campanha que pode afetar as campanhas do futuro. O mapa do Brasil está muito ativado este ano - e pode ser que isso signifique muitos problemas com outros paises, inclusive em função da epidemia que vem vindo, ou de a=recrudescimento de terrorismo internacional que pode dar margem a problemas nas fronteiras do sul do pais. Veremos.

Tanto Lula quanto Alckmin nasceram com o Sol em Escorpião. O estrago que um rival de Escorpião pode provocar em outro rival de Escorpião será algo digno de antologias políticas futuras. Incapazes de deixar a contenda política longe dos personalismos, ambos correm o risco de adentrarem o âmbito pessoal e domestico. Signo de gente vingativa e persistente, Escorpião não perdoará nada nem ninguém. Mesmo assim, a interferência de outras candidaturas - especialmente femininas - pode abalar a vitória fácil de Lula.

Enquadre geral

Lançamento da candidatura de G Alckmin se dá horas antes de um eclipse lunar, o que reveste de importância simbólica esse fato. Um eclipse lunar no dia do lançamento da campanha mostra o caráter surpreendente, inusitado e potencialmente gerador de oscilações e rupturas, que marca essa candidatura.

Um eclipse, de modo geral, é sempre um momento de precipitação de crise, onde estruturas, decisões e percepções que estavam frágeis, vulneráveis ou ultrapassadas se tornam repentinamente insustentáveis. O eclipse lunar fala de enfraquecimento de figuras populares, conectadas com a massa. A Lua representa as massas e as mulheres, a ordem primitiva e familiar.

O mapa do eclipse de 14/3/06 mostra ascendente Escorpião com Júpiter em trigono a Mercúrio e Sol na casa 5, identificando um período de expansão, crescimento, e fortalecimento de idéias. O mapa também denota Saturno bastante elevado no zênite, identificando a emergência de cristalizações. Ou seja: este eclipse lunar aponta a crise de forças de base popular, que desembocam em fortalecimento de estruturas conservadoras - porque Saturno elevado significa exatamente isso.

O mapa do lançamento da candidatura de Alckmin se dá por volta das 16hs, segundo informou Antonio Harres em comunicação pessoal a lista Zigurat em 14/3/06. Como bem observou ele, a Lua quase cheia (o eclipse iria se realizar dentro de algumas horas adiante) identifica processos que crescem e se expandem. Estendendo o raciocínio de Harres, dá para afirmar que o Sol, posicionado na casa 8 dos recursos alheios, próximo de Mercúrio, recebe bons aspectos de Júpiter. Sol e Mercúrio na casa 8 de um mapa identificam algo que nasce para chacoalhar, provocar crises. Mercúrio da imprensa e o Sol em Peixes da religião posicionados na casa dos recursos compartilhados fala de uma campanha rica e poderosa em termos financeiros.

Harres também chamou a atenção para o fato de que o lançamento da candidatura ter ocorrido num contexto de Lua cheia e de como isso significa crescimento rápido de popularidade - reza um dogma astrológico de que tudo que é feito nessa fase lunar tende a crescer, expandir-se e ampliar-se. Com Júpiter envolvido, essa tendência é duplicada.

Por estes dois mapas astrológicos vemos que apesar das aparências, o lançamento da candidatura de G Alckmin tende a se expandir, abalando a confiança no governo, e provocando crises e rupturas - sejam elas dentro e/ou fora do PSDB, do PT, ou atingindo diretamente a figura de Lula, ministros etc. Mais: o caráter beligerante e agressivo da campanha de Alckmin será ampliado em breve.

Os fatos astrológicos importantes que temos em seguida ao lançamento da candidatura:

A entrada do Sol em Áries que marca o outono brasileiro, e ocorre em 20/3, e o eclipse solar de 29/3.

O ingresso solar é preocupante de modo geral para o Brasil, devido a posição de Saturno no ascendente, característica de anos difíceis que exigem muita disciplina, senso de propósito e coordenação racional de recursos para sobrepujar as dificuldades, demoras, impedimentos, cortes, perdas e derrotas que se abaterão sobre o espírito da população. Nesse mapa, a prudência e a cautela (Saturno) e/ou sua faceta mais obscura do medo e da avareza serão fortes elementos de apoio nas decisões populares - e isso ocorre devido a Lua, representante do povo, estar em trigono a Saturno e a nodo lunar ascendente colocado na casa 8 das dividas, perdas e das mudanças. Trata-se de uma população temerosa, assoberbada por dificuldades que se mobiliza em torno de causas/apelos conservacionistas/conservadores.

Júpiter, planeta da sorte, da benevolência, da expansão, está colocado na casa 4 (ou Fundo do Céu) que representa a oposição ao governo federal (este representado pela casa 10, ou Meio-Ceu) e em trigono com Mercúrio, que entra na casa 8 dos recursos compartilhados e com Urano, das surpresas. O fato astral mostra que a oposição ao governo central tende a crescer, favorecida por golpes de sorte inesperados, que irão fortalecer seu poder dentro da sociedade. Mais: que haverá adesões inesperadas a causa da oposição, e que suas intenções, no raiar das primeiras horas do ano novo astrológico, ainda não terá sido suficientemente esclarecida. Setores da mídia, de intelectuais, professores, negociantes, e comerciantes, representados todos por Mercúrio, se encarregarão de fortalecer ainda mais a oposição ao governo central. Ao longo do ano.

Vênus na casa 7 em conjunção a Netuno representa o governo de Lula - curiosamente, a mesma conjunção que Lula tem no seu mapa astral. Vênus é o planeta da diplomacia, do jogo de cintura, da postergação, da hesitação, do deixa-pra-la, dos sorrisinhos, e Netuno da nuvem da fumaça, dos enganos e dos escândalos que envolvem dinheiro e poder. Vênus acidentalmente fortalecida e angular denota a emergência de novos acordos internacionais que visam trazer tecnologia e informação para o Brasil, isso por volta de setembro de 2006. Mas o caráter enevoado do perfil governista se mantem devido a Vênus conjunta a Netuno. Causa que será de ataques por parte da oposição, que tende a aumentar sua bancada nas câmaras, e depois da eleição formalizar acordos com a base governista - tudo que definirá o jogo político de 2007 em diante.

Haverá escândalos envolvendo financiamento de campanha entre as fileiras do PSDB e este pode ser um dos motivos oscilações nas adesões aquele partido, nas vésperas da eleição de 2006, que pode abalar muito a confiança de Lula num segundo reinado. Isto é identificado pela posição de Mercúrio em quadratura com Marte; este ultimo agita as Câmaras e o primeiro movimenta o setor de recursos financeiros. Dividas, jutos, taxas, podem abalar a candidatura de Lula, e identificam desagrado de comerciantes, professores, negociantes com medidas e leis do governo - até setores da mídia descobrirem e revelarem envolvimento de políticos em negócios que envolvem dinheiro escuso - o que não deu pra entender foi a ligação entre o governo (Vênus) e essa bancada de não-governistas (Marte), ambos ligados a assuntos de casa 8 (perdas, mortes e acordos financeiros).

No mapa do ano novo solar em Áries vemos a Lua em quadratura a Urano: o povo não quer surpresas. Isso é um fator de favorecimento a Lula, que já bem conhecido da população. Mas se Lula estiver identificado com forças renovadoras isso se torna um impedimento a sua reeleição. Como não tenho condições de averiguar isso cientificamente, é assunto que fica a cargo dos entendidos - embora para mim pareça que Lula é visto como conservador.

Lua, Saturno e nodo lunar ascendente em trigono neste mapa de ingresso solar identificam a ascensão de forças femininas independentes e aguerridas, com forte apelo popular - Heloisa Helena deve crescer, por exemplo, ao longo do ano,assim como Marta Suplicy em termos de exposição política e publica, bem como outras mulheres.

Voltemos às semanas que antecedem a eleição.

Nessa ocasião haverá dois eclipses; o primeiro, lunar apulso, no aniversario do Brasil independente, 7/9, marcando um período de reviravoltas e mudanças no país. Este eclipse mostra oscilações financeiras, problemas com acordos internacionais, mas um governo prestigioso e prestigiado, recebendo da Lua e do Sol ótimos aspectos, condizentes com apoios e popularidade. Um período sem duvida excelente para Lula e seu governo tomarem decisões ousadas, arriscadas, que favoreçam a população, pois serão amparados por ela e por outras categorias da população, mais influentes economicamente.

O segundo eclipse, desta vez solar anular, mostra reversão nessa dinâmica. Na época o governo estará em destaque sim, mas envolvido com problemas de difícil explicação devido à quadratura de Netuno, posicionado no setor de oposições, muito ativas na época, e mostrando força para ampliar seu poder. Aspectos de Marte e Mercúrio a Saturno identificam, nesse mapa, o advento de manobras e medidas por baixo do pano (Mercúrio e Marte estão posicionados na casa 12)

Importante notar também que estes dois últimos eclipses - cujo simbolismo complexo vai alem dos limites dessa breve exposição - se estende para o período das eleições de 1/10.

Ambos ocorrem no período de uma tensão longa entre Júpiter e Netuno. O primeiro sinalizou, desde 2004, a franca popularidade e proteção do Governo Lula, apesar de chuvas, trovoadas e intempéries. Netuno identifica escândalos, nevoas e jogos de cena. Júpiter amplifica tudo e quando em aspecto a Netuno podemos esperar a ampliação de boatos, enganos, ilusões, fantasias, jogo de cena, e modismos. Netuno tem a ver com modismos, campanhas que mexem com as crenças mais ou menos vagas sobre as quais se assentam as preferências coletivas. Teremos mais uma eleição que será um caldeirão de experiências mercadológicas, contribuindo para a deseducação política que vise o amadurecimento e a reflexão das escolhas. Ou seja: a política como arte da prestidigitação, e não como a manifestação madura e consciente de programas, projetos e plataformas de governo.

Se um candidato novo for lançado pelo PT e coalizão que levou Lula a presidência, as chances de que venha a perder são grandes visto que a população não quer saber de novidades. Logo, toda essa analise se reduz a saber se Alckmin tira ou não o poder político de Lula chefiar o estado brasileiro.

O mapa da eleição pode ser usado para aplicar a técnica do sitiamento do castelo, que foi sistematizada por Guido Bonatti no séc 13. Isso ocorre por que um dos competidores detem o troféu que é representado pela chefia do poder político do Brasil. Por esta técnica, vemos a vitória de Lula em destaque - não sem alguns percalços e perdas de apoios estratégicos.

O mapa apresenta ascendente nos últimos graus de Libra, que representa o atacante, ou seja, o PSDB representado pela figura de G Alckmin.

O Fundo do Céu representa o castelo sitiado por Alckmin, ou seja, Brasília, onde está Lula.

Vênus em Libra representa Alckmin e Saturno, Lula, sendo este planeta superior a Vênus, sinal de mais força para Lula. Saturno é um planeta que tem mais força numa batalha e esta é uma técnica de astrologia de guerra. A Lua em Capricórnio na casa 4 significa a força da popularidade de Lula. A Lua rege a honra de Lula, porque rege o Meio-Ceu. E ela esta na casa 4, e representa a força de seu exercito. Vênus, porem, está domiciliada, mas na casa 12, enfraquecida acidentalmente, e combusta - há um Sol mais forte do que ela. Ou seja, há alguém mais poderoso e dominante dando as cartas na disputa eleitoral, no lado do PSDB e isso enfraquece as chances de vitória do oponente a Lula.

O exercito de Lula é representado por um Marte em Libra, enfraquecido na casa 12 - alguém estratégico, ou alguma força ligada a Lula estará refém do poder de Alckmin.

Mas a guerra entre as forças de Lula e Alckmin será longa, ultrapassando os limites da eleição.

Jose Serra se mantem, portanto, ao largo e a salvo de desgastes, podendo se preservar para cargos de sucesso mais garantido, como a governança paulistana.

Um olhar sobre o mapa de Alckmin

Se dado por certo esse horário, o governador de SP nasceu com o ascendente em Leão, signo onde também se encontra Plutão, e por onde passará Saturno na ocasião da eleição, o que já por si anuncia perda de liberdade de movimento, má saúde e pouca popularidade.

Se a eleição ocorresse em outro mês, por exemplo, dezembro, o governador já contaria com um positivo transito de Júpiter por Mercúrio, que adicionaria mais popularidade, prestigio e chance de vitória a sua candidatura. O mesmo Júpiter que, semanas antes da eleição, aumentou sua reputação por ter formado conjunção ao Sol de nascimento, posicionado em Escorpião.

A rigor, G Alckmin detem alguns sinais astrológicos de que pode vir a ser uma força política de representatividade no pais cujo signo regente do poder político é Escorpião. Tanto que sua eleição a governança de SP se dá nesse cenário de ampliação de poder dentro do PSDB. Alckmin possui um mapa astral de quem sabe ter bons e leais aliados. E eles trabalharão muito bem a seu favor até a eleição, pavimentando outras honrarias políticas nos meses pela frente.

Dados de trabalho:

- Geraldo Alckmin nasceu em 7/11/1952 em Pindamonhangaba, as 00h53; os dados foram fornecidos pela assessoria de imprensa da campanha dele, e publicados na Folha on Line de 12/9/00.

- O lançamento da candidatura de Alckmin a presidência se deu por volta das 16hs de 15/3/06 ( de acordo com dados fornecidos por Antonio Harres na lista Zigurat)

- O Brasil se torna pais politicamente independente em 7/9/1822, entre 16h30 e 17h00; utilizo o horário de 16h28 para o mapa astral

- Luis Inácio da Silva nasceu em 27/10/1945 em Garanhuns, "entre as 4 e as 6h30 da manhã" (sic Lula); e tenho utilizado o horário das 06h26m11. No entanto, de acordo com o comportamento que o presidente tem tido desde a crise política de 2005, tenho repensado esse horário, estando mais inclinada para um ascendente em Libra, próximo da conjunção de Vênus e Netuno de seu mapa natal.

Outros mapas de interesse:

- eclipse solar total: 29/3/2006 as 07h11 (horário de Brasília)

- ingresso do Sol em Áries: 20/3/06 as 15h25m25 p/ Brasília

- lançamento candidatura Geraldo Alckmin ocorreu nas horas anteriores do eclipse lunar apulso de 14/3/2006: 20h47 (p/ S Paulo, onde foi feito o lançamento)

- eclipse lunar parcial: 7/9/2006 as 15h51 - horário de Brasília;

- eclipse solar anular: 22/9/2006 as 08h40 - horário de Brasília.

- eleição presidência do Brasil 2006: 1/10/2006 as 08h00 - Brasília

Observação: o sistema de domificação (divisão de casa) utilizado nas cartas de nascimentos foi Alcabitius, e o dos eventos de amplitude coletiva, sistema Campanus. Essas escolhas se devem a orientação clássica da analise astrológica em questão.