Publicidade
Publicidade
Maior colecionador de gibis do Brasil dá dicas de como conservá-los em casa
Publicidade
MAYRA MALDJIAN
DE SÃO PAULO
Maior colecionador de gibis antigos do Brasil, o paulista Kendi Sakamoto, 55, mostra na HQ abaixo como consegue conservar nada mais, nada menos que 80 mil exemplares em sua casa.
Acompanhe a Folha no Twitter
Conheça a página da Folha no Facebook
"Hoje, os gibis são impressos em papéis excelentes, o que não acontecia até os anos 80", diz.
Engenheiro elétrico aposentado, Sakamoto dá aulas em cinco universidades e mantém o site gibiraro.com.br, para o qual já escaneou mais de 13 mil capas de seu acervo.
A iniciativa tem motivo: registrar. "Achei que um dia algum grande órgão cultural fosse tratar de preservar a memória dos quadrinhos publicados no Brasil", explica. "Quando a Ebal (Editora Brasil-América) fechou as portas, seu acervo foi encaminhado para a Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. Ali, as pessoas recortam e arrancam páginas. Resolvi então escanear minha coleção".
A relação de Kendi com os gibis é nostálgica. "Eles trazem uma lembrança maravilhosa da infância". Além disso, na cidade onde nasceu e cresceu, Monte Alto, no interior de São Paulo, as possibilidades de ir ao cinema eram poucas e a família não tinha televisão. "Então o melhor passatempo era curtir os heróis dos gibis", conta.
A coleção de Sakamoto tem, principalmente, publicações impressas até os anos 80. De lá para cá, nada tem chamado muito a atenção do colecionador. "Os quadrinhos atuais são adaptados aos novos tempos, com heróis em crises existenciais, e com noções de honra e ética duvidosas", explica. "Quando leio os gibis antigos, os leio com olhos de criança; quando leio os atuais, são com olhos mais críticos, de adulto".
Quando começou a colecionar gibis, Kendi tinha cerca de 100 exemplares. "Eu devia ter uns cinco anos de idade quando meu irmão Masumi me mostrou pela primeira vez as histórias em quadrinhos", lembra. "Eu ainda não sabia ler, mas conseguia acompanhar os desenhos, porque as HQs possuem uma linguagem própria, bem peculiar".
As primeiras séries que ele conseguiu completar foram do Tarzan, personagem do qual é fã. São três coleções de 100 edições cada, publicadas respectivamente entre os anos de 1951 a 1959, 1959 e 1965, e 1965 a 1970.
Das 80 mil revistinhas que guarda com todo o carinho em casa, 12 mil são repetidas. As mais raras são os Almanaques do Globo Juvenil (décadas de 40 e 50), o primeiro número Mickey e o primeiro exemplar do Superman, da série de 1947, entre outros.
Kendi até poderia vender os itens repetidos, mas acaba fazendo permutas com outros colecionadores. "Muitos vendedores de gibis antigos se intitulam colecionadores. Para eles, o dinheiro fala mais alto. Mas eu não consigo, prefiro os gibis".
+ notícias do Folhateen
- Prêmio de Música Digital joga luz em artistas que bombam na internet
- Dez adolescentes moram com mãe social para estudar balé
- Geração download e especialistas discutem futuro da música na era da ilegalidade
- Ronaldo Lemos: Jornalismo não precisa ser chato
- Folhateen: Baixar música de graça na internet está com os dias contados