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04/04/2011 - 09h48

Vinil e câmera das antigas formam geração de jovens analógicos

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TAÍS TOTI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Para alguns, a encomenda de um novo vinil pela internet ou a revelação de um filme fotográfico é bem mais aguardada do que o lançamento da próxima novidade da Apple. Esses jovens não dispensam o iPod ou o computador, mas encontram nas mídias analógicas uma experiência diferente e prazerosa.

Fotografias foram feitas com câmeras antigas

Quando a avó de Marina Berlowitz, 18, descobriu que ela se interessava por fotografia, deu para a neta sua câmera reflex. "A máquina é de 1957 ou 1958. Ela ganhou de presente de 15 anos", conta a estudante.

Nos quase três anos em que possui a câmera, Marina costuma levá-la para viagens ou para o centro de São Paulo, onde gosta de fotografar. Ela também comprou uma Polaroid e recorre à internet para conseguir os raros filmes. "As fotos saem bem legais, ficam antiguinhas."

Essa estética envelhecida também chamou a atenção de Karen Veiga, 18, que usa a fotografia analógica como referência para seus trabalhos de design. "Minha avó não jogava nada fora. Então, mexia nas coisas dela e achava relíquias de cem anos atrás."

Após se aventurar com câmeras de filme, seus próximos objetos de desejo são uma Polaroid e uma Lomo --a marca de câmeras com lente de plástico virou uma nova febre ao proporcionar efeitos diferentes às fotos e pelo seu baixo custo.

HERDEIROS

Karen compartilha o interesse pelas tecnologias obsoletas com o namorado Cédric Fanti, 18, que também herdou uma câmera da família. Sua incursão na fotografia analógica foi interrompida pela dificuldade de encontrar um lugar que conserte a lente quebrada, mas ele agora investe em outra herança: o toca-discos de seu pai.

"Antes nem ligava para isso, queria iPod. Agora vejo que há coisas bem bacanas que podem ser recicladas." Além de tirar do armário os discos do pai, ele também encomenda LPs pela irmã, que mora nos Estados Unidos, e às vezes compra em livrarias.

Quem também investe nas bolachas é Maria Pia Fahham, 19, que costuma frequentar lojas especializadas no centro, sebos e feiras de antiguidades. "Os novos são muito caros para importar", lamenta. Foi na feira do Bexiga, em São Paulo, que ela comprou sua vitrola, para ouvir seus quase 70 vinis.

Além de ampliar seu interesse por música, Maria também está experimentando a fotografia analógica. "Comecei a gostar de fotografia neste ano, e comprei uma Lomo. Fica bem diferente", diz a jovem, que só havia usado filme na infância.

O costume, entre esses jovens, é combinar o uso do digital e analógico, sendo este reservado para situações especiais, já que é mais caro e demorado. "Apesar do charme, tem todo o bom senso. Não trocaria o computador por uma máquina de escrever na hora de fazer um trabalho", exemplifica Karen.

Tainá Azeredo/Folhapress
SÃO PAULO, SP, BRASIL, 29-03-2011, 16h00: Retrato dos jovens estudantes Karen Veiga, 18, e Cédric Fanti, 18, que preferem o mundo analógico (câmeras de filme, vinis etc.), ao digital. Karen curte fotografia antiga e Cédric se amarra em vinis. (Foto: Tainá Azeredo/Folhapress, FOLHATEEN)
O casal vintage Karen e Cédric

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SOM
O som do vinil é originado dos micro-sulcos que fazem a agulha do toca-discos vibrar. Qualquer pequeno dano pode afetar o som. Não deixe acumular poeira e mantenha sempre na capa de proteção. Ao comprar um LP usado, confira se não há nenhum arranhão.

Vantagens
Som
Os audiófilos preferem o som do vinil por apresentar uma gama maior de frequências.
Estética
Qualquer capa fica mais bonita em vinil; além disso, os discos podem vir com encartes caprichados ou em cores diferentes.

Desvantagens
Preço
Alguns discos estão sendo lançados no Brasil, mas o melhor jeito de conhecer as novidades é comprando LPs importados, que custam em média R$ 70.

Onde comprar
Vitrolas: feiras de antiguidades; sparelhos novos podem ser encomendados pela internet.
Discos de vinil: Sebos e feiras de antiguidades são uma boa, mas lojas especializadas possuem um catálogo mais atualizado. A galeria Nova Barão, no centro, concentra várias delas.

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FOTO
Com as câmeras analógicas é possível criar efeitos como a sobreposição de frames. As Lomos viraram febre por proporcionarem diferentes efeitos às fotos, sejam manchas, mudanças na cor ou distorções. As câmeras custam de R$ 150 a R$ 300, dependendo do modelo.

Vantagens
Qualidade
As digitais já conseguem fotos numa qualidade alta, mas ainda não superaram a película.
Fator surpresa
Nada como resgatar a curiosidade de saber como as fotos ficaram. O resultado pode ser surpreendente!

Desvantagens

Limite de fotos
Com rolos de no máximo 36 poses, não dá para arriscar tanto quanto na câmera digital, que tem número ilimitado de fotos.
Preço
Com filme e revelação se gasta no mínimo R$ 30, enquanto com a fotografia digital o custo é apenas o da câmera.

Onde comprar
Surface to Air (alameda Lorena, 1985)
Megusta (rua Augusta, 2046)
Pela internet: www.lomography.com.br

Angelica Mazzoni/Folhapress
SÃO PAULO, SP, BRASIL, 31-03-2011, 14h00: Retrato da estudante Marina Berlowitz, 18, fotografada em sua casa no Morumbi. Marina que fotografa com a câmera analogica Kodak da avó. (Foto: Angelica Mazzoni/Folhapress, FOLHATEEN) (OBS: Foto feita com uma câmera Lomo Diana Mini).
Marina registrada em imagem lomográfica
 
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