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CPM 22 lança disco com 'embalagem' ska por selo independente
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ANNA VIRGINIA BALLOUSSIER
DE SÃO PAULO
Lá se vão quatro anos desde que o CPM 22 lançou seu álbum mais recente, "Cidade Cinza", ainda sob a batuta do produtor Rick Bonadio (NX Zero, Fresno), "midas" da Arsenal Music.
Neste sábado (16), chega às lojas "Depois de um Longo Inverno", o sétimo disco de inéditas da banda paulista, dessa vez pelo selo independente Performance.
Candidato a hit, "Abominável" parece mandar a indireta ao antigo chefão: "Dispensável/ Eu sei que você não presta/ Um mal necessário/ Que não mais interessa".
Em entrevista ao Folhateen, os rapazes do CPM 22 não escondem a mágoa com a Arsenal. "Não quis pagar nada pelo disco ["Cidade Cinza"]. Um clipinho de dez contos e só", afirma o vocalista Badaui.
Mas a vontade, agora, é quebrar o gelo desse "longo inverno". Que tal uma praia?
É de mar, areia e coqueiro que a imagem da capa é feita. Ao punk que respingava no repertório, o CPM 22 adicionou uma ensolarada camada de ska (reciclagem de ritmos da Jamaica).
Nas palavras de Badaui: "Um clima mais festivo mesmo".
Na fase independente, o CPM 22 está mesmo uma festa. Na opinião do baterista Japinha, "há males que vem para o bem".
"Tivemos mais tempo para gravar. E do jeito que a gente queria. Estávamos bem mais à vontade", diz o guitarrista Luciano, que assina a maioria das músicas (11 de 13).
A embalagem ska é a pegada que marca o novo disco. Badaui está confiante na aposta.
"O Clash tomou porrada quando lançou 'London Calling' [com influência ska]. Hoje, esse álbum é obrigatório na estante de todos."
Adriano Vizoni/Folhapress | ||
Da esquerda para a direita, Luciano, Japinha e Badaui, da banda CPM 22 |
HAPPY PUNK-ROCK
Se "Cidade Cinza" dava um safanão na metropolitana São Paulo, com letras sobre trânsito caótico e violência, o novo álbum é mais alegre, sim.
Mas a ideia é dar um outro sentido ao "happy rock", alerta Badaui.
O pop-rock de Restart e Cine ascendeu enquanto o CPM 22 estava numa espécie de Sibéria musical, afastado dos holofotes por conta de shows e reformulações na banda.
Para o vocalista, nesse meio tempo, a cena "amaciou muito". "Respeito, lógico. Mas não sei se isso é rock de verdade."
Quem sai lucrando é o CPM 22, segundo Japinha.
Se, diante da "galera underground", a banda vira e mexe é acusada de fazer um punk tão válido quanto tatuagem de henna, a comparação "fortalece nosso conceito perante os roqueiros".
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