Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
30/05/2011 - 13h22

'Permiti que meu tio fosse assassinado', 'conta' Peter Parker, o Homem-Aranha

Publicidade

DIOGO BERCITO
DE SÃO PAULO

O repórter Diogo Bercito recria a juventude de Peter Parker, o Homem-Aranha, para a seção Quando Eu Tinha a sua Idade, do Folhateen.

"Um ladrão matou meu tio Ben, que me criou, já que sou órfão. É por isso que nunca vou cansar de repetir que 'grandes poderes' trazem grandes responsabilidades", depoimento ficcional de PETER PARKER, FOTÓGRAFO E SUPER-HERÓI, ao Folhateen.

*

Está todo o mundo falando do Zangief Kid, o garoto que revidou as provocações de um colega, foi parar no YouTube e virou herói dos fracos e oprimidos. Oi? Vocês se esqueceram do cabeça de teia? Sou a maior prova de que é possível sobreviver ao bullying, e sem violência!

Imagine que, nos anos 60, eu era o garoto mais nerd da escola Midtown High, em Nova York. Não havia saco de pancadas melhor para o valentão Flash Thompson, estrela do futebol americano, e sua trupe de trogloditas.

Eles riam de mim, roubavam meu lanche, derrubavam meus livros no chão. Até as garotas me chochavam!

Como diria a expressão popular, eu vivia em palpos de aranha. Raraarararararara. Desculpem, piada de nerd.

Foi quando a sorte sorriu para mim, disfarçada da aranha radioativa que, com uma ferroada certeira, me transformou no Homem-Aranha. Os superpoderes foram o de menos. Quer dizer, adoro balançar por aí, entre os prédios. Mas o que mudou minha vida foram as lições que aprendi depois de tudo isso.

Nessa época, já transformado, eu tive a chance de impedir um roubo, mas fiquei na minha. Dias depois, o mesmo ladrão assassinou meu tio Ben --o cara que me criou, já que sou órfão desde cedo.

É por isso que nunca vou me cansar de repetir que "grandes poderes trazem grandes responsabilidades". Vocês podem achar essa história balela, coisa de tiozão. Mas é verdade! Foi só aí que virei um super-herói. E é aquela coisa: a vida dá voltas. Não demorou para eu virar o vigilante mais bacana do mundo (mal aê, Capitão América, mas lutar contra nazistas é meio "last week").

Mesmo na escola as coisas mudaram, tal qual uma aranha fazendo ecdise. Rarararara. OK, paro com as piadas. Não vou dizer que virei o aluno mais "pop" do colégio ou da faculdade. Mas a galera passou a me respeitar, conforme eu agi com mais segurança e determinação.

A turminha era boa, se você fizer "ocelos grossos" (rarararara, essa é a última vez, juro!) para alguns colegas tipo o Harry, que mais tarde virou o vilão Duende Verde.

Comecei, além de tudo, a namorar a Gwen Stacy, a menina mais linda da turma. Enquanto isso, o Flash só levava fora ""ou pegava ex-namoradas minhas, tipo a Felicia Hardy, a Gata Negra.

Mas, de novo: "Grandes poderes blablablá".

Afinal, é bem difícil ter amigos e namorada quando de repente soa uma sirene e você precisa vestir uma roupa colante e enfrentar gente do naipe do doutor Octopus (ou Oquinho, como gosto de brincar). Eu não tive folga. O pai do Harry, meu amigo, matou a minha namorada. Eu matei o pai do Harry, então o Harry quis me matar...

Minha tia May, então, morreu algumas vezes ""sorte que, nos quadrinhos, nada é pra sempre.

Mas hoje estou bem. Me casei com a modelo Mary Jane Watson e tenho uma carreira legal como fotógrafo. O casamento às vezes termina, às vezes volta, e me divido entre ter emprego e fazer frila. OK.

Melhor do que o Flash Thompson, o valentão. Ele passou anos desempregado, virou alcoólatra, foi para a guerra. Agora ele até que melhorou: está trabalhando para o governo. Mas adivinhem de que aracnídeo ele é fã?

Brinks.

 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter

Publicidade

  • Carregando...

Publicidade

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página