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Garotos viajam no tempo em nova série brasileira; leia entrevista com diretor
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BRUNO MOLINERO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Cao Hamburger, diretor do "Castelo Rá-Tim-Bum", sucesso nos anos 90, está de volta aos infantis da TV.
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Em bate-papo com a "Folhinha", ele falou sobre "Família Imperial", sua nova série infantojuvenil.
Nela, os irmãos Iara e Jonas vão parar em 1812, depois de uma viagem no tempo. Eles trocam de lugar com Lucrécia e Alphonso, que saltam 200 anos para o futuro, para 2012.
A série, de 20 episódios, estreou na semana passada, no Canal Futura. Hoje, às 18h30, vai ao ar reprise do segundo capítulo, que traz resumo do início da história. Leia a entrevista.
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Folhinha - Depois de "Castelo Rá-Tim-Bum", você passou a se dedicar a projetos adultos como os filmes "O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias" e "Xingu". "Família Imperial" é uma retomada do gênero infantojuvenil na sua carreira?
Cao Hamburger - Sim, volto ao universo infantil depois de mais de dez anos. Mas nunca achei que iria me afastar para sempre. Acho possível fazer trabalhos profundos e divertidos nessa área. O trabalho para a criança não é uma coisa menor. Muitas vezes, filmes ou programas de televisão voltados inicialmente para esse publico se tornam universais, para todos.
Acha que faltam séries infantis nacionais na TV?
A produção brasileira é bem pobre nessa área. Há pouca novidade e muita repetição. Mas isso pode melhorar, se der certo a nova lei da TV paga [que obriga canais a exibirem programas nacionais].
Editoria de arte/Folhapress |
A grande queixa dos canais é a falta de qualidade no material produzido por produtoras brasileiras, sobretudo as produtoras independentes, se comparado com séries americanas como "iCarly", "Boa Sorte, Charlie" e outras. Por que isso acontece?
Acho que é por falta de investimentos. A televisão brasileira tem uma dívida com o público infantil. Tirando a TV Cultura e algumas produções da Globo, só vemos remakes de programas internacionais.
Você se inspirou nas séries americana para dirigir "Família Imperial"?
Não, a série tem uma pegada singular. Acho que conseguimos desenvolver uma linguagem nova.
A série foi toda gravada em estúdio em São Paulo. O que fizeram para dar a impressão de que os personagens estão no Rio?
Usamos uma técnica antiga, mas com recursos de última geração. No estúdio, os personagens ficavam na frente de telas onde eram projetadas imagens do Rio através de computadores.
Qual é a maior dificuldade de retratar o passado?
Isso é caro, e tínhamos pouco dinheiro. Tivemos que usar a criatividade. Nossa figurinista e o diretor de arte ajudaram a criar a linguagem da série, que não é realista. Tomamos muitas liberdades, não tínhamos a pretensão de reproduzir fielmente a época. Mas claro que consultamos uma historiadora para não cometer erros.
Logo nos primeiros capítulos, a série trouxe a participação da Tatá Werneck, comediante bem conhecida pelo público infantil e adolescente. Outras participações especiais estão programadas?
Temos a luxuosa participação do ator Flavio Bauraqui, que faz um Machado de Assis incrível.
Uma segunda temporada está prevista? Existe a possibilidade de retratar outro período histórico brasileiro, como a República?
Eu adoraria, mas ainda não falamos disso.
Divulgação | ||
Série "Família Imperial" |
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