Filme 'A Invenção de Hugo Cabret' diverte crianças e emociona adultos
Fotos Divulgação |
O menino Hugo Cabret e George Meliès |
Cinema é "o sonho que todos sonhamos juntos", como disse certa vez o escritor e cineasta francês Jean Cocteau (1889-1963). Em outras palavras: todo filme mexe com a imaginação e a fantasia, mas alguns mexem mais. E melhor.
É o caso do adorável "A Invenção de Hugo Cabret", filme que mais recebeu indicações para o Oscar (concorre a 11 categorias, incluindo a de melhor produção, no principal prêmio do cinema, que será no dia 26). Seu diretor, o norte-americano Martin Scorsese, 69, é um dos craques de sua geração. Até agora, ele só havia feito filmes para adultos, como "Taxi Driver" (1976) e "Os Infiltrados" (2006).
Vamos combinar que "Hugo" também é para adultos. Sim, ele é baseado em um livro infantojuvenil, escrito pelo norte-americano Brian Selznick. E será lançado nos cinemas do Brasil, no próximo dia 17, para atingir principalmente crianças e adolescentes (classificação livre).
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Mas quem disse que um filme não pode agradar a espectadores de quase todas as idades? Scorsese conta a história de um menino órfão, Hugo Cabret, que vive escondido em uma estação de trens de Paris, no início dos anos 1930.
Divulgação |
Hugo e Isabelle, sobrinha de Meliès no filme |
Filho de um relojoeiro, ele herdou do pai um autômato (um "homem mecânico"), mas não consegue fazer a máquina funcionar. Até conhecer o velhinho ranzinza que tem uma loja de brinquedos na estação, e a sobrinha dele, e...
Só vou contar que o tal velhinho é Georges Méliès, o pai da fantasia no cinema (antes, filmes mostravam só cenas reais, e ele passou a filmar histórias inventadas). E também vou contar que, enquanto crianças se divertirem com as aventuras de Hugo, adultos vão soltar umas lágrimas.
Um livro que queria ser filme
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Livro que deu origem ao filme |
O livro que deu origem a "A Invenção de Hugo Cabret" (ed. SM; R$42), escrito por Brian Selznick, tem 534 páginas. Um "catatau", como se apelidava antigamente um volume desse tamanho. Mas não há motivo para sustos: ele é grande assim porque já nasceu querendo virar filme.
O texto ocupa apenas 182 páginas. As demais trazem ilustrações, com desenhos do próprio Selznick e fotos (a maior parte, dos filmes de Méliès). Essas imagens foram valiosas para a adaptação de Scorsese.
Na "breve introdução", o narrador faz um convite para que o leitor se imagine sentado em uma sala de cinema. Mas há uma surpresa, no final, que é exclusiva do livro. Tem sonhos que só a literatura pode sonhar.
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