No aniversário de 10 anos, Cia. O Grito apresenta cinco peças do repertório
Medo de fantasma, separação dos pais e câncer na infância são alguns dos assuntos difíceis que surgem no repertório da Cia. O Grito, que completa dez anos de estrada apresentando cinco espetáculos de sua trajetória no teatro Cacilda Becker, em São Paulo, a partir de hoje.
Neste mês, a companhia também estreou o espetáculo "Filhote de Cruz Credo", no Sesc Ipiranga. Inspirada em livro de mesmo nome do poeta Fabrício Carpinejar, a peça lança luz para o que é feio ou belo ao contar a história de um menino que todos diziam ser feioso.
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Divulgação |
Cena do espetáculo "1.001 Fantasmas", da Cia. O Grito |
Na estreia do quinto espetáculo, o diretor Roberto Morettho contou que a companhia comemora uma década "literalmente no grito", indicando que fazer teatro não é tarefa fácil - os artistas estão sempre correndo atrás de recursos para montar suas peças e conseguir levá-las ao público.
Em entrevista para a "Folhinha", Morettho disse que, assim como os atores, fica muito nervoso em dia de estreia. "Diferentemente dos atores, eu não posso agir, fico de espectador. Sei que o jogo do teatro esta nas mãos dos atores e fico quase como um torcedor de futebol porque, às vezes, vejo que o ator perdeu a jogada, ou que, se ele fosse pela direita, marcaria o gol", explica.
Na trajetória do grupo, diversas trapalhadas já aconteceram em cena. Ele se lembra que, na peça "O Caso da Casa", a atriz Andréa Manna, que fazia o papel da onça, tinha um rabo que se encaixava e prendia no figurino. "Foi muito engraçado vê-la tentando improvisar um texto com o rabo na mão enquanto uma criança a chamava de lagartixa", conta.
A resposta da plateia também sempre foi importante para aprimorar e promover mudanças nos espetáculos. Na peça "Armário Mágico", o ator dizia certa hora para a atriz: "Sai do armário, Malu". "Era risada geral na plateia numa cena que era dramática." Resultado: mudaram o texto logo após a estreia.
Para (re)ver os espetáculos do grupo, a programação especial no teatro Cacilda Becker começa com "O Caso da Casa", com texto do parlapatão Hugo Posso. A peça, que fala sobre convivência, fala como o bode Zé Bó de Oliveira vive na mesma casa com a onça Julinha Mendonça.
"Marujo o Caramujo e a Minhoca Tapioca" traz a vida de um casal diferentão. Ele é um caramujo que adora viajar e ela uma minhoca que vive fechada em seu mundo. Um dia a paixão chega ao fim, eles resolvem se separar, mas como é que fica o filho do casal?
Em "O Armário Mágico", Malu e Tim descobrem que existe uma ligação secreta entre seus guarda-roupas e criam uma forte amizade enquanto entendem e aceitam suas diferenças. O texto é de Paula Chagas.
"1.001 Fantasmas", adaptação de Alessandro Hernandez e Roberto Morettho para história de Heloisa Prieto, traz um grupo de crianças que enfrenta caçadores de fantasmas. É para quem gosta de sentir um medinho.
Divulgação | ||
Cena da peça "Filhote de Cruz Credo", da Cia. O Grito |
CONFIRA A PROGRAMAÇÃO
"Filhote de Cruz Credo", no Sesc Ipiranga
Onde: r. Bom Pastor, 822, Ipiranga; tel. 0/xx/11/3340-2000
Quando: domingos e feriados, às 11h, até 28/7
Quanto: de R$ 3 a R$ 12
MOSTRA DEZ ANOS NO GRITO (teatro Cacilda Becker)
"O Caso da Casa"
Quando: dias 8, 9, 15 e 16/6
"Marujo o Caramujo e a Minhoca Tapioca"
Quando: dias 22, 23, 29 e 30
"O Armário Mágico"
Quando: dias 6, 7, 13 e 14/7
"1.001 Fantasmas"
20, 21, 27 e 28/7
Temporada teatro Cacilda Becker
Quando: dias 3, 4, 10, 11, 17, 18, 24 e 25/8
Temporada: sábados e domingos, às 16h
Onde: teatro Cacilda Becker (r. Tito, 295, Lapa, tel. 3864-4513)
Quanto: de R$ 5 a R$ 10
Livraria da Folha
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