|
|||
O texto abaixo contém um Erramos, clique aqui para conferir a correção na versão eletrônica da Folha de S.Paulo. CIÊNCIA caça ao tapiti
Cientistas ainda sabem pouco sobre o coelho-brasileiro, que é difícil de ser visto
GABRIELLA MANCINI COLABORAÇÃO PARA A FOLHA O coelhinho tapiti daria um bom entregador de ovos de Páscoa. Como tem hábito noturno, poderia deixar os doces enquanto as crianças estivessem dormindo. Por ser pequeno e discreto, não seria reconhecido. Ágil e veloz, a encomenda chegaria sem atraso. E ele saberia andar por nosso país como nenhum outro coelho, já que... o tapiti é brasileiro! Apesar de ser chamado de "coelhinho", o tapiti não é exatamente um coelho. Mas é parente: é da família de leporídeos, que inclui lebres, coelhos e tapitis -leia sobre as diferenças ao lado. Pouca gente conhece o tapiti, que até hoje não foi muito estudado pelos cientistas, talvez até pela dificuldade de ser encontrado. Mas ele foi descoberto em terras brasileiras há um tempão: em 1758, pelo botânico Carl Linnaeus. Selvagem O tapiti não serve como bicho de estimação. É selvagem, vive pelas matas, só. Durante o dia, ele fica em tocas, escondidinho, saindo à noite quando a fome aperta. E diz a lenda que ele dorme de olhos abertos. Ou seja, está sempre alerta! Mesmo assim, a população de tapiti sofre ameaça devido ao desmatamento, à caça e à disputa por espaço e comida com animais como a lebre-europeia. O TAPITI É ASSIM Nome científico >> Sylvilagus brasiliensis Nome popular >> tapiti, coelho-brasileiro, coelho-do-mato ou candimba Peso >> de 1 kg a 1,5 kg Habitat >> vive nas matas de quase todo o Brasil, no México e na Argentina Alimentação >> come vegetais como folhas, raízes macias e alguns frutos Inimigos >> lobos, raposas e outros Características: orelhas pequenas, patas traseiras longas, olhos grandes, pelagem macia e cauda no formato de pompom Curiosidade: tapiti significa "pelo branco na barriga", em tupi-guarani Nos rastros do coelho Existem muitas espécies de coelho, desde anões até gigantes. Por serem mansos, silenciosos, não precisarem de banho e ocuparem pouco espaço, muitos deles são adotados como animal de estimação. Os mais indicados são os de pelagem curta, porque não soltam tanto pelo. Mas é preciso cuidado, pois são animais muito frágeis. Conheça as raças mais procuradas. >> Há espécies que são chamadas de coelho anão: são miniaturas de coelho e pesam menos de 1,5 kg. Exemplos são o minilion, com uma pelagem no rosto que parece uma juba, e o minifuzzy lop, que tem orelhas caídas. >> O coelho rex (em latim, quer dizer "rei dos coelhos") tem pelo aveludado e pesa entre 1,5 kg e 3,5 kg. >> O hotot é charmoso e parece que está maquiado, pois é branquinho, mas tem pelos negros em volta dos olhos. >> O borboleta possui uma mancha em forma de borboleta, do alto do focinho até a boca. Curiosidade Há o grupo de coelhos gigantes: alguns chegam a pesar 12 kg. Não são muito adotados como bicho de estimação. A preferência é criá-los para que virem alimento (acabam na panela). Um exemplo é o gigante de Flandres, original da Bélgica. Não troque coelho por lebre >> Coelhos e lebres têm orelhas largas e compridas e patas traseiras longas e fortes, boas para corrida. A lebre é craque em corrida; os coelhos são bons em cavar. >> As lebres possuem manchas de pelos negros na ponta das orelhas, e os coelhos não. >> O tapiti também cava tocas profundas, como os coelhos comuns, mas é bem menor do que o coelho doméstico, que mede entre 40 cm e 50 cm (os gigantes chegam a ter o dobro desse tamanho). Fontes: José Roberto Miranda, pesquisador da Embrapa Monitoramento por Satélite; Luiz Bernardino, médico veterinário da USP (Universidade de São Paulo); Mario de Vivo, zoólogo do Museu de Zoologia da USP, e Soraya Kezam Málaga, veterinária. |
Copyright Folha Online. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folha Online. |