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BRINCADEIRAS Conheça os jogos tradicionais que ainda divertem os índios do Brasil Amigos da onça
PAULA MEDEIROS FREE-LANCE PARA A FOLHINHA Há 15 anos, Maurício Lima pesquisa jogos de vários lugares do mundo. Esse é o trabalho dele. Um dia, percebeu que as brincadeiras dos índios brasileiros não eram muito conhecidas. Então resolveu ele mesmo ir a campo para saber como esses povos se divertem. Assim nasceu o projeto de pesquisa Jogos Indígenas do Brasil, que, entre outras curiosidades, encontrou o jogo da onça. "A gente levantou um material muito rico, que mostra que a tradição dos jogos e das brincadeiras indígenas está viva no Brasil", diz Maurício. Para coordenar o trabalho, teve a ajuda de dois importantes pesquisadores, especialistas em jogos, Alex de Voogt, da Holanda, e Irving Finkel, de Londres. Foram 55 dias de trabalho em visita a oito aldeias dos povos camaiurá, bororo, pareci, canela, ticuna, maioruna, manchineri e guarani, nos Estados do Mato Grosso, Maranhão, Amazonas, Acre e São Paulo. O trabalho todo levou um ano para ficar pronto. Na pesquisa, a equipe identificou 45 tipos de jogos. Desses, dez são conhecidos também entre os índios norte-americanos: jogos de varetas, cama-de-gato, bilboquê, perna-de-pau, pião, zunidor, arma de pressão, arco-e-flecha, lançador de bolas e peteca. A cama-de-gato e o pião foram as únicas brincadeiras encontradas em todas as aldeias visitadas pela equipe. A pesquisa resultou em um documentário e uma série com 20 mil kits do jogo da onça, doada para várias escolas. Em 2005, será lançada uma coleção de jogos indígenas, que poderá ser encontrada em lojas de brinquedos. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice |
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