São Paulo, sábado, 5 de dezembro de 2009

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De mãos dadas

Para muitos, não basta torcer pelo time do coração: é preciso ficar coladinho ao ídolo

Danilo Verpa/Folha Imagem
Os irmãos Raissa e Iccaro com o jogador Boquita

EDSON VALENTE
EDITOR-ASSISTENTE DE IMÓVEIS

ROSANGELA DE MOURA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Era uma noite chuvosa de sábado, e o Corinthians iria enfrentar o Náutico no Campeonato Brasileiro. A partida não valia muito para o time paulista, mas seria inesquecível para 22 crianças.
Elas também entrariam no gramado, não para correr atrás da bola, driblar e chutar a gol, mas para acompanhar seus ídolos.
Meninos e meninas que vão até o campo com os jogadores são chamados de mascotes. O termo define também personagens que simbolizam as agremiações.
"Vou entrar linda. E com o Ronaldo", afirmou Gabriella Castro, 5. Ela contou que torce para o Corinthians por influência do pai. "Ele nasceu corintiano", disse.
Já os pais dos mascotes Raissa, 9, e Iccaro, 7, torcem para clubes rivais: o músico Iggor Cavalera, 39, da banda Sepultura, é palmeirense, e a empresária Monika Cavalera, 41, se diz corintiana.

Divididos
"Sou um pouco palmeirense, mas, quando vou ao jogo do Corinthians, sou mais corintiana", diz Raissa.
Iccaro se mostra mais decidido: "Sou um pouquinho palmeirense [aproxima o polegar do indicador, deixando um espacinho entre os dois dedos] e um tantão corintiano [distancia uma mão da outra, como se fosse abraçar o mundo]".
As primas Isabella Nascimento, 9, e Giovanna Souza, 8, foram produzidas ao estádio do Palmeiras: com trancinhas pintadas de verde e muito "glitter" no rosto.
Gustavo Cardoso, 9, soube por um amigo como fazer para acompanhar o ídolo. Enquanto esperava na fila, revelou que estava segurando o choro. "Se eu chorar, vou pagar o maior mico aqui." Quando voltou do campo, não se conteve.
"Abracei o Vágner Love e pedi para ele fazer um gol pra mim. Ele disse que iria fazer o gol e imitar uma metralhadora na comemoração", contou, aos prantos.

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