São Paulo, sábado, 6 de dezembro de 2008

Não largo nem troco

Sobram lançamentos nas lojas, mas há crianças que têm os brinquedos "velhinhos" como xodós

Renato Stockler/Na Lata
Marília, 8, lê histórias para sua boneca Camilinha

GABRIELA ROMEU
DA REPORTAGEM LOCAL

Camilinha é uma boneca carequinha que não tem mecanismo para andar, chorar e mamar. Não pede para passear nem fala "mamãe", mas ouve todos os segredinhos de
Marília Toledo Maia, 8.
A menina ganhou o brinquedo aos dois anos -foi presente de uma professora. De lá para cá, viraram boas companheiras.
Na hora do aperto, ela conversa baixinho com a boneca. "Quando estou triste, pego ela no colo e falo dos meus sentimentos. Às vezes, peço: "Ah, Camilinha, reza por mim porque hoje é dia de prova"."
Marília sempre ganha presentes no Natal, mas nada a faz trocar nem largar seu xodó. Os adultos nem sempre entendem essa "paixão": "Já tentaram me dar outra boneca, até igual, mas não funciona. É ela a minha filhinha", conta.
Isso não acontece só com Marília. Bruno, 10, vive grudado em seu boneco "velhinho", mas nem tanto como outros brinquedos deste almanaque, uma miscelânea de curiosidades. Quantas outras histórias esses objetos tão queridos não guardam, além das contadas aqui?

Próximo Texto | Índice


Copyright Folha Online. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página
em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folha Online.