São Paulo, sábado, 10 de abril de 2010

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Muitas heroínas em uma

Loira ou morena? Clássica ou moderninha? Conheça as muitas Alices já inventadas e crie a sua com os apetrechos que tem em casa

CAMILLA COSTA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Quando a menina curiosa entrou pela primeira vez na toca do coelho, em 1862, não imaginou que fosse parar em uma terra estranha com gente e seres tão esquisitos.
Desde aquela época até 2010, quando a nova versão de "Alice no País das Maravilhas" estreia no Brasil, esses personagens apareceram de jeitos diferentes em livros, filmes ou animações.
Nos preparativos do filme, o diretor Tim Burton desenhou os companheiros de Alice como os imaginava. O ator Johnny Depp, que deu ideias para criar a cara de seu personagem, o Chapeleiro, disse que a roupa, a maquiagem e o cabelo o ajudam a se imaginar como se ele fosse outra pessoa.
A técnica para criar o cabelo, a maquiagem e o figurino (roupas) de alguém se chama "visagismo".
E foi essa a brincadeira da Folhinha ao caracterizar quatro crianças como Alice, Coelho, Rainha Vermelha e Chapeleiro Maluco.
Os figurinos foram garimpados em lojas e brechós. Ou seja, foi misturando roupas do dia a dia que Sophia, 6, Lucas, 8, Dannyel, 6, e Juliana, 7, desembarcaram no País das Maravilhas.
Mas, para chegar lá, foram fundamentais as dicas do encenador Kleber Montanheiro, do Miniteatro, e da figurinista Marina Reis.
Eles explicam que é preciso entender cada personagem. A roupa do Coelho é comportada, já que ele é certinho e preocupado com o horário. O Chapeleiro tem um visual bagunçado, porque, afinal, ele é maluco.
Que tal fuçar no baú de casa para ter seu dia de Alice, Coelho ou Chapeleiro?

Em 1864, Lewis Carroll desenhou Alice pela primeira vez quando escreveu a história para dar de presente à menina Alice Liddell. Os desenhos são em preto e branco e Alice é morena, como era a garota na vida real.

Depois de Carroll, o primeiro ilustrador a criar Alice foi John Tenniel, em 1865. Mas dizem que Carroll e Tenniel brigaram muito e que o escritor não gostou das ilustrações.

No início do século 20, as crianças já não eram mais retratadas como comportadas e obedientes. Por isso Arthur Rackham desenhou uma Alice bem agitada e com roupas diferentes. Às vezes, as imagens parecem um pesadelo.

Na versão de Walt Disney, de 1951, Alice é loira e bem certinha. As roupas e os personagens se parecem com os de John Tenniel, mas são coloridos e alegres.

Na versão da ilustradora inglesa Helen Oxenbury ("Alice no País das Maravilhas", da ed. Salamandra), a personagem parece uma menina dos dias de hoje: usa vestido curto e tênis.

A Alice de Tim Burton tem 19 anos. Ela veste roupas diferentes durante o filme: tem até vestido feito com as cortinas da Rainha Vermelha. Como tem pesadelos e dorme pouco, está sempre com olheiras.

Origem
A história de Alice no País das Maravilhas surgiu durante um passeio de barco na Inglaterra, em 1862. Nele estavam o autor, as irmãs Lorina, Alice e Edith Liddell e o pastor Duckworth.

Professor Carroll
Lewis Carroll, "pai" da Alice, era matemático, professor de lógica e também fotógrafo. Ele fotografou diversas meninas, incluindo Alice Liddell, que inspirou a história.

Dois livros
Carroll escreveu "Alice no País das Maravilhas" (1865) e "Através do Espelho" (1872). O segundo é uma continuação do primeiro, mas nele a menina vai parar em um gigante tabuleiro de xadrez. O filme de Burton mistura os dois livros.

Jogo de palavras
Lewis Carroll gostava muito de jogos de palavras. Para "Alice no País das Maravilhas", ele criou poemas e diálogos em que misturava duas palavras em uma só. Por exemplo, "lesmolisas", que são coisas lisas como lesmas.


Fonte: Adriana Peliano, presidente da Sociedade Lewis Carroll do Brasil.

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