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Capa
Muitas heroínas em uma
Loira ou morena? Clássica ou moderninha? Conheça as muitas Alices já
inventadas e crie a sua com os apetrechos que tem em casa
CAMILLA COSTA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Quando a menina curiosa
entrou pela primeira vez na
toca do coelho, em 1862, não
imaginou que fosse parar
em uma terra estranha com
gente e seres tão esquisitos.
Desde aquela época até
2010, quando a nova versão
de "Alice no País das Maravilhas" estreia no Brasil, esses personagens apareceram de jeitos diferentes em livros, filmes ou animações.
Nos preparativos do filme, o diretor Tim Burton
desenhou os companheiros
de Alice como os imaginava.
O ator Johnny Depp, que
deu ideias para criar a cara
de seu personagem, o Chapeleiro, disse que a roupa, a
maquiagem e o cabelo o ajudam a se imaginar como se
ele fosse outra pessoa.
A técnica para criar o cabelo, a maquiagem e o figurino (roupas) de alguém se
chama "visagismo".
E foi essa a brincadeira da
Folhinha ao caracterizar
quatro crianças como Alice,
Coelho, Rainha Vermelha e
Chapeleiro Maluco.
Os figurinos foram garimpados
em lojas e brechós. Ou seja,
foi misturando roupas do
dia a dia que Sophia, 6,
Lucas, 8, Dannyel, 6, e Juliana, 7, desembarcaram no
País das Maravilhas.
Mas, para chegar lá, foram fundamentais as dicas
do encenador Kleber Montanheiro, do Miniteatro, e
da figurinista Marina Reis.
Eles explicam que é preciso entender cada personagem. A roupa do Coelho é
comportada, já que ele é
certinho e preocupado com
o horário. O Chapeleiro tem
um visual bagunçado, porque, afinal, ele é maluco.
Que tal fuçar no baú de
casa para ter seu dia de Alice, Coelho ou Chapeleiro?
Em 1864, Lewis Carroll desenhou Alice pela primeira vez quando escreveu a
história para dar de presente à menina Alice Liddell. Os desenhos são em preto e
branco e Alice é morena, como era a garota na vida real.
Depois de Carroll, o primeiro ilustrador a criar Alice foi John Tenniel, em 1865. Mas dizem que Carroll e Tenniel brigaram muito e que o escritor não gostou das ilustrações.
No início do século 20, as crianças já não eram mais retratadas como
comportadas e obedientes. Por isso Arthur Rackham desenhou uma Alice bem
agitada e com roupas diferentes. Às vezes, as imagens parecem um pesadelo.
Na versão de Walt Disney, de 1951, Alice é loira e bem certinha. As roupas e os
personagens se parecem com os de John Tenniel, mas são coloridos e alegres.
Na versão da ilustradora inglesa Helen Oxenbury ("Alice no País das Maravilhas",
da ed. Salamandra), a personagem parece uma menina dos dias de hoje: usa
vestido curto e tênis.
A Alice de Tim Burton tem 19 anos. Ela veste roupas diferentes durante o filme:
tem até vestido feito com as cortinas da Rainha Vermelha. Como tem pesadelos e
dorme pouco, está sempre com olheiras.
Origem
A história de Alice no País das Maravilhas surgiu durante um passeio de barco na
Inglaterra, em 1862. Nele estavam o autor, as irmãs Lorina, Alice e Edith Liddell e o pastor Duckworth.
Professor Carroll
Lewis Carroll, "pai" da Alice, era matemático, professor de lógica e também
fotógrafo. Ele fotografou diversas meninas, incluindo Alice Liddell, que inspirou a história.
Dois livros
Carroll escreveu "Alice no País das Maravilhas" (1865) e "Através do Espelho"
(1872). O segundo é uma continuação do primeiro, mas nele a menina vai parar
em um gigante tabuleiro de xadrez. O filme de Burton mistura os dois livros.
Jogo de palavras
Lewis Carroll gostava muito de jogos de palavras. Para "Alice no País das
Maravilhas", ele criou poemas e diálogos em que misturava duas palavras em uma
só. Por exemplo, "lesmolisas", que são coisas lisas como lesmas.
Fonte: Adriana Peliano, presidente da Sociedade Lewis Carroll do Brasil.
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