São Paulo, sábado, 12 de abril de 2008

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Ai, que medo!

Para se proteger do Aedes aegypti, transmissor da dengue, crianças cariocas vão à escola de calça comprida e usam repelente todos os dias

Rafael Andrade/Folha Imagem
Clarisse, 7, que dorme protegida por um mosquiteiro


MALU TOLEDO
DA SUCURSAL DO RIO

Já pensou em ir para a escola de calça comprida no maior calor? É tanta gente pegando dengue no Rio que as crianças entraram na luta contra esse mosquito.
Para se proteger do Aedes aegypti, o transmissor da doença, elas agora têm que se cobrir da cabeça aos pés na escola, faça chuva ou faça sol. Na mochila, cada um leva o seu repelente, que a professora passa nos alunos a cada duas horas.
Nas escolas, muita criança entrou na campanha para acabar com o foco do mosquito. Ninguém quer pegar dengue. Quem fica doente não pode brincar nem sair de casa. Fica fraco, deitado e tem que ir ao médico para tomar soro.
E tem que fazer exame de sangue e torcer para melhorar porque a dengue pode matar se não for cuidada. Quem já viu alguém com dengue sabe o perigo que é.
Clarisse Fiche Dessaune de Almeida, 7, viu o pai muito doente, de cama. Depois, foi a mãe de Clarisse quem pegou dengue. Agora, para se proteger, a menina trocou o short do uniforme por uma calça jeans e vai de tênis com meia à escola.
E mais: ela usa repelente três vezes ao dia e dorme protegida por um mosquiteiro, uma tela de tecido que parece um véu em volta da cama. Clarisse até gosta, pois acha que fica parecido com uma cama de princesa.
A menina tenta matar mosquitos com a mão, mas acha difícil e prefere usar uma raquete elétrica com uma rede de alta tensão que queima os insetos no ato. A raquete virou moda no Rio.

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