São Paulo, sábado, 13 de junho de 2009

Folhinhatur

No reino das águas claras

Com máscara, snorkel e colete salva-vidas, você está pronto para flutuar entre os cardumes do rio Olho d'Água

PATRÍCIA TRUDES DA VEIGA
ENVIADA ESPECIAL A BONITO (MS)

Imagine um aquário. E daqueles grandões. Ajuste a máscara, o snorkel, o colete salva-vidas. Mergulhe lentamente, sem tocar o fundo.
Assim, flutuando, como num salto de paraquedas, começa a aventura da Folhinha no reino das águas claras, ou melhor, na nascente do rio Olho d'Água.
Bastam só alguns segundos para que dezenas de peixes multicoloridos iniciem um desfile a centímetros da sua máscara.
E para que, distraído com sua máquina subaquática, você trombe com um enorme dourado de olhar guloso. Ou com cardumes de nada menos que 36 espécies.
Você, com certeza, nunca viu nada igual. São tantos peixinhos e peixões que dá para perder o fôlego ao ficar mais de duas horas boiando rio abaixo.
Um bom pulmão também é essencial para descer 3 m e tocar as nascentes. "Parecem vulcõezinhos", descreve Renata Araújo, 9, no blog (www.blogdafolhinha.folha.blog.uol.com.br).

Final espetacular
Afluente do rio da Prata (80 km), o Olho d'Água tem só 1,4 km e é raso (40-60 cm) em grande parte da sua extensão. Por isso é preciso usar roupa especial e bota para proteger o corpo das pedras grandes e dos galhos das árvores submersos.
E foi num deles que nossa aventura teve um final espetacular, comemorado aos gritos -de alegria- por Rodrigo Mendes, 9, e pelo guia que acompanhava o grupo de nove pessoas.
Pudera: flagramos, bem escondidinha, uma sucuri de 2,5 metros (veja o filme no blog). "Valeu a pena ficar um par de horas boiando na água", resumiu o garoto.


Recanto Ecológico Rio da Prata (www.bonitoweb.com.br/riodaprata) - R$ 106 (baixa temporada) a R$ 132 (alta temporada), com equipamentos e almoço incluídos; recomenda-se reservar com antecedência nas agências.

As piraputangas descobriram que, para cada fruto silvestre que o macaco-prego come nas árvores, três ou quatro vão parar na água. Por isso perseguem os bandos pelo rio.

Os dourados são agressivos e saltam até 1 m fora d'água quando sobem o rio para desovar. Seu grande predador é o pequeno lambari, que se delicia com os 3 milhões de ovos de cada fêmea.

São tantos os peixes e as aves predadoras que se alimentam dos curimbatás que estes são considerados a sardinha dos rios brasileiros.

Os pacus, cujo nome em língua indígena significa "porco dos rios", comem quase tudo o que encontram, podendo chegar a pesar 12 kg e a atingir 70 cm.

Seu porte majestoso, sua força e seu tamanho (até 4,5 m) assustam, mas a sucuri gosta mesmo é de devorar peixes grandes, aves e mamíferos pantaneiros, que ela enrola até asfixiar. Do homem ela prefere fugir.

Predador carnívoro, o jacaré assusta pelo porte e pelo aspecto pré-histórico. Só sai para caçar à noite, geralmente dentro da água.

Maior roedor do mundo, a capivara tem os dedos unidos por uma membrana, o que faz dela uma ótima nadadora.

Quando está caçando anfíbios, peixes e répteis, no fim do dia ou à noite, a lontra tem por hábito pegar o alimento e comê-lo à beira do rio.

O OLHO DA ÁGUA

As nascentes do rio Olho d'Água brotam dos "vulcõezinhos de areia". Às vezes, é possível escutá-los: basta colocar o ouvido dentro da água durante o passeio. O maior deles fica a 2,5 m de profundidade.

EU TESTEI

Kodak Sport, descartável, para fotos subaquáticas, R$ 27,90
"Ela manda bem nas cachoeiras e nos rios, só que, debaixo d'água, fica tudo tremido ou escuro."
ANA PAULA DOMINGUES, 11

O MELHOR PARA CRIANÇAS

O Zagaia Eco-Resort (www.zagaia.com.br) está lotado na primeira quinzena de julho, mas, após o dia 16, o pacote de cinco noites sai por R$ 2.115 (casal e duas crianças), com café e jantar.

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