Pequenos aprendizes de samurai contam que a arte marcial não é usada para agredir o outro

CLARICE CARDOSO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Eles até parecem calminhos e comportados, mas é só empunharem a "shinai" para virarem verdadeiros guerreiros da espada.
São crianças como Guilherme Yanagita, 9, que pratica o "kendo", a arte secular dos samurais, e usa uma espada de bambu, a "shinai".
"Mas não pode agredir o outro, tem que fazer de uma forma honrosa e bonita", conta Guilherme.
Garotos como ele estarão amanhã entre os cem atletas que têm entre 8 e 16 anos e vão competir no 27º Campeonato Brasileiro de Kendo, em São Paulo. O evento acontecerá no Esporte Clube Banespa (av. Santo Amaro, 5.335), das 8h às 17h30. A entrada é gratuita.

Sabedoria em família
Entre os aprendizes de samurai, há até quem reúna a família para a prática do "kendo". É assim na casa de Caroline Ueda, 12. Pela última conta, oito pessoas, entre irmãos e primos, apaixonaram-se pela modalidade.
"É gostoso encontrar todo mundo na hora do treino. E a gente também fica mais amigo, mais próximo."
Em alguns casos, a "shinai" vira quase uma melhor amiga. Mesmo fora dos treinos, Luiz Fernando Hanashiro, 10, por exemplo, gosta de brincar de fazer os movimentos dos golpes no ar em qualquer lugar -no shopping, no clube e até no metrô! "Repito o movimento para não esquecer nada."
Mas não pense que é só sair lutando de qualquer jeito, não. "Tem que bater no lugar certo e do melhor jeito possível", diz Gustavo Okamoto, 8 -leia mais ao lado.
"E é preciso fazer bem o "kendo" para não machucar o outro", completa Naomi Sho, 8. Ela pratica a arte marcial com o irmão, Felipe, 13. "O "kendo" traz sabedoria e serve para a vida. Fico mais calmo nas provas", exemplifica o aprendiz.

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