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Um novo começo Depois de uma longa viagem, crianças refugiadas têm que aprender uma outra língua e conquistar novos amigos
PAULA LAGO DA REPORTAGEM LOCAL Quando você ouve falar na Guerra do Iraque, já deve ter se perguntado: e o que acontece com as crianças? Em situações de conflito, seja com um outro país, seja entre os próprios moradores ou contra o governo, por exemplo, a vida de muitas crianças fica em risco. Aí a solução é uma só: sair dali o mais rápido possível. Só que essa viagem não é como sair de férias. É definitiva, e depende que outro país aceite receber essas famílias -os refugiados. Para conseguir refúgio (proteção), eles têm de provar, com suas histórias, que foram forçados a deixar seu país porque se sentiam ameaçados. E precisam contar, também, os motivos: é por causa da religião? Por que pensam de forma diferente de políticos? Por que seu país está em guerra? Hoje, o Brasil recebe muitas pessoas nessas condições, de 69 nacionalidades. Elas vinham mais de países da África, mas neste ano o Conare (Comitê Nacional para os Refugiados) percebeu uma mudança: muitos pedidos vêm de vizinhos como Colômbia, Peru e Cuba. A Elizabeth, 5, nasceu em Cali, na Colômbia, e teve de fugir com seu pai para o Brasil. Ela trouxe brinquedos, roupas, mas duas coisas bem importantes ficaram: a mãe e a irmã mais velha. "O Brasil é caro", explica a garota, que também acha nosso país "grande demais, a viagem foi loooonga". Eles vieram de ônibus, em janeiro, e foram atendidos em São Paulo pelo Centro de Refugiados da Cáritas, que faz parte do Conare. Seu pai não tem emprego, mas dizem que a vida melhorou. Moram em albergue, e a menina já quase não chora na aula de português. "Eu chorava muito, queria brincar com minha irmã", diz Elizabeth, que espera a vinda da mãe e, então, vai "mostrar a cidade para ela". O que aconteceu na Colômbia Há ondas de violência há mais de 40 anos envolvendo guerrilheiros (grupos armados ilegais que praticam seqüestros e tráfico de drogas), paramilitares (grupos criados para combater a guerrilha, que também seqüestram e traficam drogas) e forças do governo. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice |
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