São Paulo, sábado, 15 de novembro de 2008

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Escola da união

Nas escolas quilombolas, a valorização do negro faz parte do aprendizado

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A escola também é diferente para quem vive no quilombo. "Temos que inserir o ensino no contexto histórico e tentar resgatar a auto-estima e as manifestações culturais dos quilombolas", explica José Miranda, 46, professor da Escola Estadual Maria Antonia Chules Princesa.
Nas aulas de educação física os alunos aprendem sobre manifestações afrobrasileiras como a congada, o maculelê e a capoeira.
Eles também aprendem tudo o que se ensina nos colégios comuns. "Nosso objetivo é ser uma escola diferenciada, que permita que os alunos aprendam e resgatem a cultura afrobrasileira por meio de brincadeiras e cantigas", diz a vice-diretora da Chules Princesa, Rosely Dias da Silva.
As atividades não são obrigatórias, mas, em geral, as crianças se interessam. "Quando elas vêem o resultado dos ensaios de dança, ficam com vontade de se envolver também", conta.
Para a professora Sonia Rodrigues Marçal, 49, os quilombolas são muito unidos. "Quando eles precisam se defender de algo, um toma as dores do outro."
O Dia da Consciência Negra não vai ser deixado de lado na escola das comunidades quilombolas. Os alunos e professores organizaram uma feira cultural.
"Vamos lembrar o dia em que o guerreiro Zumbi morreu lutando para não ser escravo e para ajudar os outros", explica Flávia Cristine da Silva Lopes, 9. (MB)

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