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Escola da união
Nas escolas quilombolas, a valorização do negro faz parte do aprendizado
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A escola também é diferente para quem vive no
quilombo. "Temos que inserir o ensino no contexto
histórico e tentar resgatar a
auto-estima e as manifestações culturais dos quilombolas", explica José Miranda, 46, professor da Escola
Estadual Maria Antonia
Chules Princesa.
Nas aulas de educação física os alunos aprendem sobre manifestações afrobrasileiras como a congada, o
maculelê e a capoeira.
Eles também aprendem
tudo o que se ensina nos colégios comuns. "Nosso objetivo é ser uma escola diferenciada, que permita que
os alunos aprendam e resgatem a cultura afrobrasileira por meio de brincadeiras e cantigas", diz a vice-diretora da Chules Princesa,
Rosely Dias da Silva.
As atividades não são
obrigatórias, mas, em geral,
as crianças se interessam.
"Quando elas vêem o resultado dos ensaios de dança,
ficam com vontade de se envolver também", conta.
Para a professora Sonia
Rodrigues Marçal, 49, os
quilombolas são muito unidos. "Quando eles precisam
se defender de algo, um toma as dores do outro."
O Dia da Consciência Negra não vai ser deixado de lado na escola das comunidades quilombolas. Os alunos
e professores organizaram
uma feira cultural.
"Vamos lembrar o dia em
que o guerreiro Zumbi morreu lutando para não ser escravo e para ajudar os outros", explica Flávia Cristine da Silva Lopes, 9.
(MB)
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