São Paulo, sábado, 15 de novembro de 2008

Obras

Bienal do vazio
O 2º andar do prédio da Bienal está completamente deserto nessa edição da mostra. Por ter um pedaço enorme sem obras, o evento recebeu o apelido de "Bienal do vazio". Os curadores, pessoas responsáveis por escolher as artes mostradas, dizem que o espaço vago serve para mostrar bem o prédio, projetado pelo famoso arquiteto Oscar Niemeyer, e para que os visitantes pensem no papel da exposição.

"Foi minha parte predileta, porque dei estrelinha no vazio!"
FERNANDA CRISTINA DE OLIVEIRA E SOUZA, 7

Escorregador
"Valerio Sisters" é o nome dado aos dois escorregadores que rodopiam por fora do prédio da Bienal e desembocam no térreo. Feitos por Carsten Höller, da Bélgica, eles saem de dois andares diferentes: a queda do segundo andar tem oito metros, e a do terceiro, 14 metros. Quem se aventurar na diversão artística deve deitar em cima de um pedaço de tecido, relaxar e chegar a uma velocidade de seis metros por segundo! Vale saber que não tem idade mínima para brincar, mas menores de seis anos têm que escorregar com um adulto. E que a fila chega a meia hora de espera.

"Só fui duas vezes... por enquanto!"
LUAN RODRIGUES DOS SANTOS, 9, correndo pela rampa para aproveitar momento sem fila da obra

No meio de um bosque do lado da Bienal está uma das obras mais curiosas: um parquinho com balanços e gangorras azuis que, quando usadas, acionam uma fonte d'água. A artista argentina Carla Zaccagnini, que pensou a obra e deu o nome de "Reação em Cadeia com Efeito Variável", disse que seu trabalho serve para mostrar que a arte só funciona quando o público participa. Pelo visto, as crianças acharam o parquinho, mas ninguém percebe que a diversão é, na verdade, parte da Bienal. Dos 11 meninos e meninas brincando no espaço, nenhum sabia que estava fazendo arte.

"O artista deve ser uma pessoa bem inteligente para ter pensado nisso."
ALLISSON GOMES DO NASCIMENTO, 11

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