São Paulo, sábado, 16 de fevereiro de 2008

Teatro

Um lugar fora do mapa

GABRIELA ROMEU
DA REPORTAGEM LOCAL

Sabe aqueles guias de turismo que falam sobre os 1.001 lugares que você tem que visitar um dia na vida? Balacobaco bem que deveria estar nessas listinhas.
E quem botou esse lugarejo no "mapa" foi a escritora Cláudia Vasconcellos. A história que ela criou virou a peça "O Tesouro de Balacobaco", que está no Teatro Alfa (r. Bento Branco de Andrade Filho, 722, tel. 0/xx/11/5693-4000).
O espetáculo traz a viagem que um esquimó da Groenlândia, uma pingüim da Patagônia e um canguru boxeador fazem para encontrar Balacobaco. É que lá existe um tesouro guardado em uma arca, protegida por um pássaro.
Leia o que eles contaram à Folhinha.

Como você se inspirou para fazer a peça?
DORA GALVÃO DE FRANÇA, 11
Eu estava com vontade de escrever uma peça e veio um nome na minha cabeça: balacobaco. E fui investigar o que ele quer dizer. Significa uma "coisa maravilhosa, incrível". Vocês já ouviram falar que uma pessoa é do balacobaco? Mas essa palavra tem origem africana, lá do Zimbábue. Era um cumprimento que as pessoas usavam, queria dizer "meu amigo", "meu velho". Aí fiquei pensando que eu poderia fazer uma peça sobre amizade.

Foi difícil escrever a peça?
JOÃO GALVÃO DE FRANÇA, 9
Geralmente, uma peça é difícil de escrever. Porque você tem uma idéia e, para botar essa idéia no papel, precisa pensar muito. Ainda mais escrever para criança, não dá para escrever qualquer besteira. E eu não escrevo muito rápido, fico pensando muito na mensagem que eu quero passar.

Por que você escolheu alguns países para a história?
MATHIAS NOVAIS, 9
A pingüim, por exemplo, vem da Patagônia, que fica na América do Sul, que é onde a gente está. E também porque esse lugar toca nos problemas ecológicos que estão acontecendo hoje. O degelo, essas coisas. E a Patagônia fica bem perto do Brasil. Já a Austrália fica bem longe. É um lugar distante do outro, para eles poderem chegar lá na África.

Tem muita diferença em escrever peça para adulto e para criança?
ALINE NAKAHARA, 11
As questões são diferentes, para adultos e crianças. Acho mais difícil escrever para crianças. Tem que ter mais cuidado. Tem que prender mais a atenção delas.

Qual foi seu maior medo na viagem até Balacobaco?
Era não chegar nunca lá.
PINGÜIM (interpretada por Vera Villela)

Qual é o seu golpe preferido?
É o golpe de sorte.
CANGURU (interpretado por Jacqueline Obrigon)

O que é mais legal em Balacobaco?
É descobrir que os amigos são uma coisa muito importante na vida da gente. Às vezes, a gente tem bons amigos e nem percebe.
ESQUIMÓ (interpretado por Fabio Saltini)

Qual é o melhor caminho até Balacobaco?
De pulo em pulo, por qualquer estrada. Pode ser de terra, de asfalto ou de lembrança. Pode ser sozinho, acompanhado ou em pensamento. Balacobaco está tão perto que, às vezes, só de querer já se chegou.
GUARDIÃO DA ARCA (interpretado por Marcelo Romagnoli)

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