São Paulo, sábado, 16 de agosto de 2008

Folclore

Caçadores de Lobisomem

Em noites de lua cheia, crianças e adultos se enveredam pelas matas de Joanópolis em busca da assombração

MÔNICA RODRIGUES DA COSTA
CAMILLA COSTA
ENVIADAS ESPECIAIS A JOANÓPOLIS

Em Joanópolis (115 km a nordeste de São Paulo), os Lobisomens existem e passeiam livremente pelas ruas à noite. Ao menos é isso o que dizem os moradores e a Associação dos Criadores de Lobisomens, fundada em 1998.
Na cidade, há bonecos de Lobisomem em casas, lojas e ruas, e o visitante participa, nos sábados de lua cheia, de uma trilha noturna, em carros, pelas matas, para caçar a criatura (ela é organizada por uma pousada local; tel. 0/xx/11/4035-1485).
Como a próxima sexta-feira é o Dia do Folclore, a Folhinha foi a Joanópolis para saber por que a cidade foi escolhida como a capital do Lobisomem. E descobriu que, apesar de não saberem se o bicho realmente existe, os moradores contam casos assustadores!
Valter Cassalho, historiador e fundador da associação, explica que a "lobomania" começou depois que a folclorista Maria do Rosário de Souza, de tanto ouvir histórias contadas pelos mais velhos, foi pesquisar lendas do mito no Brasil.
Hoje, a cidade atrai curiosos que procuram a assombração. Para não assustar os turistas, o Lobisomem de Joanópolis não mata pessoas. "Ele só assusta, não faz mal", diz Cassalho.
Marcos Bueno, artesão que cria bonecos e camisetas de Lobisomem, afirma que o mito tem de continuar vivo para que as pessoas não percam a tradição das histórias encantadas.
A associação guarda essas histórias e a maior diversão dos moradores é ouvir as lendas contadas pelos avós e pelos bisavós. "Os mais velhos têm um mundo próprio que sempre vale a pena conhecer."

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