São Paulo, sábado, 18 de outubro de 2008

Bicho

De volta para casa

Pingüins-de-magalhães que chegaram ao litoral brasileiro são devolvidos ao mar para pegar rota até a Argentina

EDUARDO GERAQUE
DA REPORTAGEM LOCAL

A vida dos pingüins que costumam sempre nadar pelos mares brasileiros atrás de comida não está nada fácil neste ano. É que nos últimos meses mais de 1.600 pingüins-de-magalhães foram resgatados em praias brasileiras, da Bahia até a ponta sul do país.
Depois de tratados, quase 500 animais já foram devolvidos ao mar, para que possam pegar a rota certa para casa, na Argentina. Mas há ainda uns 90 em tratamento, pois estavam bem fracos. E o restante morreu.
Os veterinários e os biólogos que cuidam desses bichos estão muito intrigados. Eles ainda não sabem bem o motivo, mas os pingüins-de-magalhães estão chegando às praias por estarem bastante famintos.

Fora da rota
A veterinária Valeria Ruoppolo passou esses últimos meses acompanhando a saga dos pingüins. Ela conta que todos os animais que chegam para visitar o Brasil saem lá da Patagônia, no litoral sul da Argentina.
Depois de saírem do ovo, eles costumam se reunir em grupos. Com meses de vida, eles entram na água e seguem os mais velhos.
É no mar, em correntes com águas mais frias, que vivem os peixes como a anchova, uma das espécies preferidas dos pingüins.
E como esses peixes costumam viajar até o Brasil, na região de Búzios e do Arraial do Cabo (RJ), os pingüins nadam atrás deles todos os anos. Depois de alguns meses no mar, eles fazem a volta e vão para casa.
Mas, neste ano, coisas estranhas aconteceram. Primeira: os pingüins viajaram para bem mais longe do que de costume. Segunda: eles saíram da rota tradicional e acabaram encalhados -ou mortos- nas praias.

PINGÜINS-DE-MAGALHÃES

Nome científico: Spheniscus magellanicus

Onde vivem: Chile, Argentina e ilhas Malvinas

Alimentação: anchovas e, em cativeiro, sardinha e manjuba

Tamanho: de 70 cm a 76 cm

Peso: cerca de 4 kg

Temperatura corporal: 39ºC

Curiosidade: receberam esse nome em homenagem ao explorador Fernão de Magalhães, o primeiro europeu a observar essas aves em 1519

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