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Bicho
De volta para casa
Pingüins-de-magalhães que chegaram ao litoral brasileiro são devolvidos ao mar para pegar rota até a Argentina
EDUARDO GERAQUE
DA REPORTAGEM LOCAL
A vida dos pingüins que
costumam sempre nadar
pelos mares brasileiros
atrás de comida não está nada fácil neste ano. É que nos
últimos meses mais de
1.600 pingüins-de-magalhães foram resgatados em
praias brasileiras, da Bahia
até a ponta sul do país.
Depois de tratados, quase
500 animais já foram devolvidos ao mar, para que possam pegar a rota certa para
casa, na Argentina. Mas há
ainda uns 90 em tratamento, pois estavam bem fracos.
E o restante morreu.
Os veterinários e os biólogos que cuidam desses bichos estão muito intrigados. Eles ainda não sabem
bem o motivo, mas os pingüins-de-magalhães estão
chegando às praias por estarem bastante famintos.
Fora da rota
A veterinária Valeria
Ruoppolo passou esses últimos meses acompanhando
a saga dos pingüins. Ela conta que todos os animais que
chegam para visitar o Brasil
saem lá da Patagônia, no litoral sul da Argentina.
Depois de saírem do ovo,
eles costumam se reunir em
grupos. Com meses de vida,
eles entram na água e seguem os mais velhos.
É no mar, em correntes
com águas mais frias, que vivem os peixes como a anchova, uma das espécies
preferidas dos pingüins.
E como esses peixes costumam viajar até o Brasil,
na região de Búzios e do Arraial do Cabo (RJ), os pingüins nadam atrás deles todos os anos. Depois de alguns meses no mar, eles fazem a volta e vão para casa.
Mas, neste ano, coisas estranhas aconteceram. Primeira: os pingüins viajaram
para bem mais longe do que
de costume. Segunda: eles
saíram da rota tradicional e
acabaram encalhados -ou
mortos- nas praias.
PINGÜINS-DE-MAGALHÃES
Nome científico: Spheniscus magellanicus
Onde vivem: Chile, Argentina e ilhas Malvinas
Alimentação: anchovas e, em cativeiro, sardinha e manjuba
Tamanho: de 70 cm a 76 cm
Peso: cerca de 4 kg
Temperatura corporal: 39ºC
Curiosidade: receberam esse nome em homenagem ao explorador Fernão de Magalhães, o primeiro europeu a observar essas aves em 1519
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