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São Paulo, sábado, 20 de maio de 2006

LIVRO

O poeta Goethe põe sua magia de mestre nos versos de "O Aprendiz de Feiticeiro"

Feitiço das palavras

GABRIELA ROMEU
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Ao lançar um encanto, um mago ou uma bruxa sempre combinam algumas palavrinhas mágicas. Foi assim também com o aprendiz de feiticeiro, que, certa vez, decidiu tomar o lugar de seu mestre para colocar em prática alguma magia.
Mas o aprendiz ainda não tinha o domínio de todas as misturas. E provocou a maior confusão quando enfeitiçou uma vassoura que, atarefada, carregava um balde de um lado para o outro, derramando água por todo o lugar.
Quem contou há bastante tempo essa história foi um poeta (na verdade, um feiticeiro das palavras) chamado Johann Wolfgang von Goethe. Nome comprido demais? Pode chamá-lo só de Goethe.
Goethe colocou toda a sua magia de mestre nos versos de "O Aprendiz de Feiticeiro" (32 páginas, R$ 36). Para que você pudesse conhecer a história, a poeta Mônica Rodrigues da Costa traduziu as palavras para o português, a pedido da editora Cosac Naify.
E o ilustrador Nelson Cruz derramou bastante água -que enxurrada!- pelas páginas do livro (detalhe: é na periferia brasileira que acontece a história desenhada por ele). Aí só mesmo o mestre do aprendiz para dar um jeito naquela situação:
"Para o canto,
Vassourinhas,
Bem quietinhas!
Benza-Deus...
E acabou-se o quebranto:
Das magias cuido eu!"
A tradutora, que já foi editora da Folhinha, resume em uma frase a importância do poeta: "Goethe dá poder de magia às palavras". Depois de ler os versos dele (e dela), o feitiço estará lançado.

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