São Paulo, sábado, 24 de março de 2007

Dinossauros sobrevivem nos livros

CLAUDIO ANGELO
EDITOR DE CIÊNCIA

Você é especialista em dinossauros? É daqueles que sabem a diferença entre um Stegosaurus e um Stegoceras, quanto media um braquiossauro e qual era a força da mordida de um tiranossauro? Pois já tem onde descobrir tudo isso.
O Brasil, hoje, tem uma quantidade razoável de livros sobre esses e outros bichos pré-históricos. A maioria é tradução de obras estrangeiras, mas algumas inclusive trazem informações atuais sobre dinos que viveram no Brasil.
Há hoje nas prateleiras livros de todos os tipos, tamanhos e preços -e para todas as idades. Seu pai nem sonharia com tanta variedade quando era criança.
Mas cuidado: nem todos são bons. Alguns têm erros sérios, como chamar pterossauros e répteis marinhos de "dinossauros" (se você é craque, sabe que dinos só viviam em terra).
A Folhinha selecionou e avaliou alguns deles. Veja as notas que cada um tirou.

Certeiro
Simples e curto, mas informativo e bem-humorado. "Dinossauros: Como Viviam e Por Que Desapareceram" (Larousse Júnior, R$ 29,90) traz tudo o que você precisa saber sobre dinos em 70 páginas. A editora teve o cuidado de chamar um paleontólogo (Reinaldo José Bertini, da Unesp) para ser consultor da obra. Valeu a pena: o livro tem informações precisas, curiosidades (quantidade de espécies encontradas por ano no mundo) e notas atuais sobre espécies brasileiras, como o Adamantisaurus.
NOTA: 8,5

Fraquinho
O paleontólogo Alexander Kellner, do Museu Nacional do Rio de Janeiro, tentou dar vida aos dinos no Brasil em pleno século 21. Em "Na Terra dos Titãs" (ed. Rocco), romance juvenil que chega às livrarias em abril, o cientista imagina dinossauros vivos atacando jovens numa expedição para coleta de fósseis. Mas, enquanto escritor, Kellner é um ótimo paleontólogo. A história é fraquinha, e a narrativa não empolga. Se quer ler um bom livro com esse enredo, prefira "O Mundo Perdido", escrito por Arthur Conan Doyle.
NOTA: CIÊNCIA 10, FICÇÃO 0

Sem régua
Os desenhos são lindos, o papel é bom, a impressão é bacana. Mas as aparências enganam. A enciclopédia ilustrada "Os Dinossauros e a Pré-História" (Girassol, R$ 34,50) tem alguns erros que podem comprometer aquele seu trabalho escolar -ou fazer você passar vergonha com algum amigo maníaco por dinos. Um deles é confundir, em vários desenhos, comprimento com altura dos bichos. Assim, o Velociraptor (que era pouco maior do que um peru) ficou no livro com 2 metros de altura.
NOTA: 2

Escolar
Um bom livro didático é "Sobrevivendo à Grande Extinção - Dinossauros", de Iris Stern (editora Saraiva, R$ 29,90). Quer dizer, o livro fala mais de extinções e de evolução do que dos dinos propriamente ditos. É muito "massudo", com uma cara meio antiquada, de livro de biologia da sexta série... quando eu fiz a sexta série, milênios atrás. Mas, para quem gosta de ciência, é uma boa pedida.
NOTA: 6

Profissional
O espanhol Raul Martín é considerado um dos melhores ilustradores vivos de dinossauros. Ele assina com Paul Barrett o ótimo livro "Dinossauros" (editora Martins Fontes, R$ 88,80), um livro para quem é verdadeiramente "dinomaníaco". A introdução é de Kevin Padian, cientista americano que ficou famoso por estudar como os dinossauros cresciam. As cenas pré-históricas imaginadas por Martín são de tirar o fôlego. Mas vale um aviso: é um livro caro. Outro aviso: mantenha-o bem longe do seu pai. Ele pode não querer devolver esse livro para você.
NOTA: 9,5

Brasileiro
Se você quiser saber mais sobre as espécies de dinossauros que habitaram o Brasil -mas não quer virar um craque em paleontologia-, pode começar pelo livro "Dinossauros: Misteriosos Habitantes da Terra" (editora DCL, R$ 32). Engraçado e fácil de ler, lembra um grande almanaque. Tem uns errinhos aqui e ali (como fotos trocadas de William Buckland e Richard Owen, pioneiros da paleontologia), mas nada que comprometa o conjunto da obra.
NOTA: 6

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