São Paulo, sábado, 24 de outubro de 2009

Ciência

Mais leve que o ar

Foi o padre brasileiro Bartolomeu Lourenço de Gusmão quem incluiu o céu no nosso roteiro de viagem ao criar o balão em 1709

Leonardo Wen/Folha Imagem
Equipe de Air Brasil prepara o balão para o voo; ele tem 30 metros de altura e é o maior da América do Sul

FELIPE CARUSO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O homem sempre sonhou em vencer a gravidade que o prende ao chão e voar pelo ar, com os pássaros. Hoje, muitos voam de avião ou asa delta, mas a humanidade só acreditou que isso era possível há 300 anos, quando um brasileiro apresentou ao mundo o primeiro balão.
Em outubro de 1709, o padre e cientista brasileiro Bartolomeu Lourenço de Gusmão (1685-1724) impressionou o rei de Portugal ao fazer um pequeno globo de papel movido a ar quente subir até o teto de uma sala. Estava inventado o balão e provado que existia algo "mais leve que o ar".
O pessoal de Portugal parece ter gostado dessa história de balão, tanto que 300 anos depois a Folhinha acompanhou três crianças portuguesas num voo em Piracicaba (164 km de SP).
Às 6h30, Maria, 6, José, 9, Tomás, 11, e outros 13 passageiros se preparavam para entrar no balão enquanto ouviam as explicações do piloto Feodor Nenov, da escola de balonismo Air Brasil. Os voos ocorrem bem cedo, quando os ventos estão mais calmos.

1.500 metros
No balão de Bartolomeu de Gusmão não tinha ninguém a bordo, até porque era impossível pendurar alguém num globo de papel de cerca de 40 centímetros de altura. No balão em que estavam as crianças cabem 9 milhões de litros de água, quase o volume de quatro piscinas olímpicas.
Em uma hora de voo, as crianças observaram o balão ganhar altura e alcançar quase 1.500 metros. O balão de Bartolomeu de Gusmão voou por alguns segundos e subiu a uns 4 m de altura.
A parte mais emocionante do passeio foi quando o balão fez um rasante e passou tão perto do chão que Tomás conseguiu pegar a folha de uma árvore. Os meninos ficaram impressionados com o controle que o piloto tinha da altitude do balão através de saídas de ar.
Nada disso era possível com o balão do padre brasileiro. Mas imagine só a emoção que já deve ter sido, há três séculos, ver o balão deslizar pelos ares?

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