|
Capa
Salada de idiomas
Rafael Hupsel/Folha Imagem
|
|
As irmãs Hannah, 12, e Raisa Krutzler, 9, que falam português, inglês e hebraico
PAULA THOMAZ
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Com um pé em cada país,
tem criança que enrola a
língua e aprende, desde cedo, um novo idioma. Mas, às
vezes, falta pé. Como se
equilibra quem fala duas,
três ou até quatro línguas?
Para Isabella e Luca Isolica, 9, conversar é quase uma
dança. Eles falam italiano e
inglês em casa e português e
inglês na escola. "Falo "bom
dia" em inglês para minha
mãe e, em italiano, para o
meu pai", diz Isabella.
Na coreografia de línguas
entra até a cachorra Fadinha. "Quando falamos português, temos que falar duas
ou três vezes. O inglês ela
entende melhor", diz Luca.
O jantar na casa de Gian
Luca, Daniel e Isabella Quagliarolli, 9, também é uma
salada de línguas. Eles moram nos Estados Unidos,
mas falam italiano e português com os pais e, na escola, inglês e espanhol.
Lá, confundir as línguas é
comum. "Se a gente esquece
uma palavra em português,
pergunta em inglês para a
minha mãe", diz Isabella.
E quando o problema é a
troca de letras? Hannah, 12,
e Raisa Krutzler, 8, que falam hebraico, inglês e português, passam por isso.
"Como as letras do hebraico
são diferentes, é confuso.
Quando troco sem querer, é
engraçado", diz Raisa.
Imagine, então, quem fala
português e japonês? Carolina Ono Emy Leal, 10,
aprende esse idioma oriental com a mãe. "Quando minha mãe me dá bronca, às
vezes, ela fala em japonês."
E é com o pai escocês que
Cameron Martins Swan, 6,
aprende inglês. Ele até vira
o intérprete do bate-papo
entre os avôs -um brasileiro, outro escocês. "Fico no
meio, ouvindo a conversa e
traduzindo tudo", conta.
Colaborou CLARICE CARDOSO.
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|