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Capa/Bichos
Na rota de Darwin
Em Galápagos, os animais não são arredios e permitem que a foto seja feita bem de pertinho
Luciano Candisani
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LUCIANO CANDISANI
ESPECIAL PARA A FOLHA
Em setembro de 1835, o navio Beagle atracou no arquipélago de Galápagos, um conjunto
de ilhas localizadas no oceano Pacífico, a 970 km da costa do Equador. A bordo viajava o jovem cientista inglês Charles Darwin (1809-1882), que tinha a missão de estudar a natureza nos lugares por onde passasse. Ele fez descobertas que mudaram (e muito) a rota da ciência no mundo. Muitos anos depois, em 2003, lá estava eu, fotografando muitas das espécies que o pesquisador estudou. Confira nestas páginas a rota que percorri para clicar a vida animal.
Atualmente, Galápagos atrai a atenção de exploradores de todos os cantos do planeta, ansiosos por conhecer de perto os animais que encantaram Darwin. Muitos deles não são encontrados em nenhum outro lugar. O incrível é que, nas ilhas, os animais aceitam numa boa a aproximação do ser humano.Todas as fotos de animais foram feitas a poucos metros de distância.
LUCIANO CANDISANI, 38, é fotógrafo da revista "National Geographic Brasil" e já publicou seu trabalho em livros como "Atol das Rocas" e "Muriqui" (ambos da editora DBA).
GOLFINHOS À VISTA
A aventura começou em Porto Ayora, na ilha Santa Cruz, onde me juntei à tripulação de um barco. Cada ilha tem uma fauna própria, e a ideia era visitar o maior número possível de lugares. Já na partida, alguns golfinhos começaram a pular na frente do barco.
Só chegamos à ilha Wolf, a mais distante, no dia seguinte. Nosso objetivo era conhecer o arco de Darwin, formação de pedras furadas pela força das ondas e do vento.
LEÕES BRINCALHÕES
No terceiro dia de navegação, ancoramos na ilha Isabela, perto de um grupo de leões-marinhos. Os animais são curiosos e brincalhões e nadavam muito perto de mim. De vez em quando, tentavam morder minhas nadadeiras.
Depois chegamos à ilha Santa Fé, para ver de perto os iguanas-marinhos, que parecem pequenos dinossauros e são incríveis nadadores. Podem mergulhar a 15 metros de profundidade e ficar até uma hora submersos.
A DANÇA DOS ATOBÁS
Faltando dois dias para a volta, queria ver os atobás-de-patas-azuis, aves marinhas encontradas só em Galápagos. Parei na ilha Plaza Sur, onde eles se agrupam em colônias. Sentei a uns 10 metros de distância e observei que os machos fazem uma dança curiosa com as patas para atrair a atenção das fêmeas.
Depois de uma semana no mar, voltei para Porto Ayora e, nas montanhas da ilha Santa Cruz, encontrei tartarugas gigantes -as maiores pesam até 270 kg!
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