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São Paulo, sábado, 26 de fevereiro de 2005

LIVROS

"Conto de Escola" revela mais do que palavras para crianças

LUCIANA ARAUJO
DA REDAÇÃO

As histórias de Machado de Assis costumam ser lições para leitores de todas as idades. "Conto de Escola" (Cosac Naify, R$ 34) não é diferente. Em edição preparada para o público infantil, com capa dura e ilustrações de Nelson Cruz, não será estranho se também os pais forem desafiados pela leitura desse livro.
Lição e desafio no bom sentido. Aliás, ler Machado e descobrir seu valor sem obrigação é um privilégio.
Para o personagem principal do conto, um garoto chamado Pilar, por exemplo, obrigações escolares não são seu forte. Ele adorava fazer "suetos" que, como diz o glossário do livro, significa "cabular". Mas naquela segunda-feira de 1840, Pilar decidiu ir à escola e lá aprendeu lições valiosas.
Na sala de aula, o filho do professor pede para Pilar uma explicação sobre a matéria em troca de uma moeda. Percebendo tudo, um menino da classe os entrega para o professor, que os castiga. Dessa situação, aprende-se sobre a corrupção e a delação.
Essa última palavra também está no glossário; já corrupção, não. Mas nem precisava. Afinal, Machado revela o significado de ambas na história.

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