|
Escola
Não cola nada
Uma "olhadinha" na prova do colega nem sempre garante uma boa nota na escola
CAROLINA SALVATORE
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Se eu perguntasse quais as
principais funções de um
celular, você diria que são
fazer e receber ligações.
Mas algumas crianças arrumaram outra utilidade para
o aparelho: colar nas provas.
O envio de fotos pela tecnologia Bluetooth e por torpedos (SMS) tem ajudado
alunos a quebrar uma velha
regra: é proibido colar.
"O aluno com dúvida tira
uma foto com o celular e
manda para o colega via
Bluetooth. Se ele sabe a resposta, envia por mensagem
ou tira uma outra foto da
resposta", explica Caio, 11.
Aviãozinho
Há quem cole à moda antiga. "Numa prova, um colega escreveu a dúvida, fez um
aviãozinho com a folha e a
jogou", diz Guilherme, 8.
Deu certo? "O avião não foi
para o lado que ele queria, e
a professora pegou."
O risco não está só na professora. Nem sempre a resposta do colega está certa.
"Combinei com meu amigo de trocarmos as respostas por bilhetes. A minha estava certa, mas a dele estava
errada. Eu me dei mal", conta Giovanni, 9.
Uma lição que Letícia, 8,
aprendeu foi confiar mais
no que estudou. "Uma vez
copiei a resposta do meu
amigo e percebi que ela estava errada. Apaguei e fiz
como eu lembrava. Se eu tivesse colado, iria errar."
Ana Maria Falcão de Aragão Fadalla, doutora em
educação pela Unicamp,
aconselha: "A gente não pode falar que quem cola é
uma pessoa ruim, afinal, todos temos o direito de errar". Mas ela dá um último
toque: "Desconfie do que
chega muito fácil até você e
estude. Você vai se sentir
bem mais confiante".
Os sobrenomes das crianças entrevistadas foram omitidos a pedido delas.
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|