São Paulo, sábado, 27 de setembro de 2008

Escola

Não cola nada

Uma "olhadinha" na prova do colega nem sempre garante uma boa nota na escola

CAROLINA SALVATORE
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Se eu perguntasse quais as principais funções de um celular, você diria que são fazer e receber ligações. Mas algumas crianças arrumaram outra utilidade para o aparelho: colar nas provas.
O envio de fotos pela tecnologia Bluetooth e por torpedos (SMS) tem ajudado alunos a quebrar uma velha regra: é proibido colar.
"O aluno com dúvida tira uma foto com o celular e manda para o colega via Bluetooth. Se ele sabe a resposta, envia por mensagem ou tira uma outra foto da resposta", explica Caio, 11.

Aviãozinho
Há quem cole à moda antiga. "Numa prova, um colega escreveu a dúvida, fez um aviãozinho com a folha e a jogou", diz Guilherme, 8. Deu certo? "O avião não foi para o lado que ele queria, e a professora pegou."
O risco não está só na professora. Nem sempre a resposta do colega está certa.
"Combinei com meu amigo de trocarmos as respostas por bilhetes. A minha estava certa, mas a dele estava errada. Eu me dei mal", conta Giovanni, 9.
Uma lição que Letícia, 8, aprendeu foi confiar mais no que estudou. "Uma vez copiei a resposta do meu amigo e percebi que ela estava errada. Apaguei e fiz como eu lembrava. Se eu tivesse colado, iria errar."
Ana Maria Falcão de Aragão Fadalla, doutora em educação pela Unicamp, aconselha: "A gente não pode falar que quem cola é uma pessoa ruim, afinal, todos temos o direito de errar". Mas ela dá um último toque: "Desconfie do que chega muito fácil até você e estude. Você vai se sentir bem mais confiante".


Os sobrenomes das crianças entrevistadas foram omitidos a pedido delas.

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