São Paulo, sábado, 1 de janeiro de 1994
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Holding compra 54% das ações da Teba

FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

O banqueiro Luiz Cezar Fernandes, controlador do Banco Pactual, está dando mais um passo para expandir seus negócios no setor têxtil. As marcas Benetton e Fiorucci já estão sob seus cuidados no Brasil. Agora, ele acaba de assumir a Teba (Indústrias Têxteis Barbéro S/A), empresa familiar especializada na produção de tecidos de linho.
No início deste mês a negociação será oficializada. A família Barbéro, que detém 58% do capital total da Teba, fará um aumento de capital da ordem de US$ 3 milhões. As ações serão subscritas pela Superpac –holding que pertence a Cezar Fernandes e mais dois sócios– e pela Westhem International Lt., representante de investidores americanos.
Assim, os Barbéro passam a ter apenas 8% do capital total da Teba. A Superpac, 54%. A Westhem, 28%. Os outros 10% ficarão pulverizados no mercado. Na última quinta feira, numa assembléia de acionistas da empresa, foi aprovada a mudança do controle acionário da Teba.
A Teba, localizada em Sorocaba, foi fundada em 1947. Ela chegou a deter 40% do mercado brasileiro de tecidos de linho, estimado em US$ 260 milhões. Hoje, ela detém 9%. Desavenças entre os membros da família Barbéro e a queda nas vendas acabaram colocando a empresa numa situação difícil.
A Superpac já administra a Teba desde novembro. Assumiu o cargo de diretor-superintendente, Arndt Polling, um dos criadores do Credicard no país. Desde então, a Teba dobrou o número de funcionários –de 1.000 para 2.000 pessoas. "Deveremos contratar mais na medida em que as vendas aumentarem."
"Quando uma empresa familiar profissionaliza a administração, o resultado é rápido. Estamos comprando a empresa porque achamos que vamos conseguir inverter os resultados." Para 94, a Superpac reserva US$ 8 milhões para renovar os equipamentos para fazer tecidos. Virão 80 máquinas da Itália para substituir as atuais, que têm, em média, dez anos.
Segundo Cezar Fernandes, a tecnologia para a produção de tecidos de linho não evoluiu muito. Para ele, produzir tecido de linho é participar de um nicho de mercado e esta é uma forte razão pela qual a Superpac se interessou pela Teba. "São só 17 fábricas de tecidos de linho no mundo."
A estratégia, diz ele, é fazer da Teba uma gande exportadora de tecidos de linho. Para isso, continua, ela vai tentar se adequar o mais rápido possível ao programa ISO 9000. Em 94, ela já deverá estar exportando, especialmente para Itália e França, cerca de US$ 10 milhões.
"Temos condições de competir no mercado internacional porque a mão-de-obra na Europa custa três ou quatro vezes mais do que a brasileira. Só não dá para sermos competitivos se tivermos má gestão", resume.

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