São Paulo, domingo, 2 de janeiro de 1994
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A inflação só cai com muita sorte

DA REPORTAGEM LOCAL

O cenário otimista está na cara: é o Plano FHC dar inteirmente certo. O Congresso aprova tudo o que o ministro Fernando Henrique quer, fica garantido o ajuste fiscal (o déficit zero), o governo introduz a URV num ambiente de expectativa positiva e a "coisa" embala. A inflação cai e isso reanima o otimismo, criando-se um círculo virtuoso. Aí, é só o governo não cometer nenhuma besteira que o programa avança.
Esta situação econômica poderia ser apoiada pelo ambiente político se ocorresse uma de duas possibilidades: na primeira, FHC continua no Ministério da Fazenda pilotando o plano e surge um forte candidato presidencial do seu time, comprometido com o programa de estabilização; na segunda alternativa, FHC deixa o ministério, depois de bem encaminhado o plano, tornando-se forte candidato presidencial e fazendo seu sucessor no Ministério da Fazenda, alguém importante da equipe atual, como Edmar Bacha ou Pérsio Arida.
Nessas circunstâncias, dizem os consultores, a inflação cairia em pouco tempo para menos de 10% mensais, a economia apresentaria crescimento moderado, mas com altas fortes na bolsas, nas vendas em geral e nos imóveis. E os juros finalmente estariam em queda. Para a Rosenberg Consultores, a inflação de dezembro de 1994 poderia ser de 2%.
Quais as chances disso? Uns 10% arrisca Savasini. Pequenas, infelizmente, concorda Loyola, da MCM.
Assim como o cenário pessimista só ocorre se houver uma extraordinária convergência de coisas azaradas, a perspectiva otimista requer uma fantástica combinação de sorte. Mas para Savasini, o cenário "desastre total" tem mais chances do que o "sucesso total". (CAS)

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