São Paulo, domingo, 2 de janeiro de 1994 |
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Turismo sexual 'explode' no verão
FÁBIO GUIBU
Segundo Ana Vasconcelos, presidente da Casa de Passagem, entidade de apoio a prostitutas e meninas carentes de Recife, pelo menos 2.000 garotas com idades entre 13 e 20 anos integram a rede de comercialização do sexo com turistas de outros países. A maioria dos "turistas sexuais" vem da Alemanha. A estrutura de agenciamento inclui motoristas de táxi e meninos de rua, que agem como intermediários nas negociações. O acerto final costuma ocorrer em restaurantes, na praia ou nas proximidades dos hotéis onde os turistas se hospedam. O programa é cotado em US$ 100. Para ficar com uma menina por todo o período de permanência na cidade, o turista paga US$ 500. As meninas, além de dinheiro, ganham roupas, passam a frequentar locais que desacompanhadas não teriam acesso e, mais importante, têm direito a sonhar com um casamento ou com uma viagem ao exterior. A grande maioria das garotas envolvidas no esquema vem de camadas sociais de baixa renda. "Não há alternativa para essas adolescentes", diz Ana Vasconcelos. "A própria família estimula os encontros. É a forma que encontram para sobreviver numa sociedade que nada faz por elas". LEIA MAIS sobre turismo sexual na pág. 3 Próximo Texto: S.S., 20, ganha até curso na Alemanha Índice |
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