São Paulo, domingo, 2 de janeiro de 1994
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Vias Públicas gastou 16,35% do orçamento

DA REPORTAGEM LOCAL

O eleitor paulistano acha que o melhor desempenho do prefeito foi no calçamento e asfaltamento de ruas, operações tapa buracos e obras viárias. Para 13% dos entrevistados pelo Datafolha, a administração foi melhor no calçamento de ruas. As obras viárias foram citadas como área de melhor desempenho por 12%.
"Fizemos o possível e o impossível para entregar todas as obras no prazo", diz o secretário de Vias Públicas, Reynaldo de Barros. Até agora, as principais obras inauguradas são a alça de acesso da avenida Bandeirantes (Aeroporto, zona sul), os viadutos Mora Guimarães e Ulysses Guimarães (Perus, zona oeste), a ponte Eusébio Matoso –sobre o rio Pinheiros– e o viaduto Austregésilo de Athayde –parte do projeto de canalização do córrego de águas espraiadas (zona sul). A inauguração da maioria das obras mais caras, como o túnel do Pinheiros e os túneis do mini-anel viário, ficam para este ano.
O secretário diz que o programa de asfaltamento "poderia ser melhor": "a meta para 93 era de 300 quilômetros de ruas pavimentadas". O primeiro ano de governo Maluf pavimentou 100 quilômetros de ruas e avenidas.
Apenas quatro obras consumiram US$ 163 milhões, 30% do orçamento total destinado à Secretaria de Vias Públicas (US$ 540 milhões em 93). "Tive até que acordar mais cedo para dar conta de gastar tanto dinheiro", costuma dizer o secretário de Vias Públicas, Reynaldo de Barros.
As quatro construções mais caras são o túnel do Pinheiros (que ainda precisa de mais US$ 43 milhões para acabar), o mini-anel viário, o complexo Eusébio Matoso e o túnel Ibirapuera.
Sob a gestão Reynaldo de Barros, a pasta de Vias Públicas gastou 16,35% de todo o dinheiro do orçamento de 93, mais que todas as outras secretarias.
Os recursos para a Saúde foram 11,79% do orçamento. A Educação ficou com 8,58% do orçamento –dois pontos percentuais a menos que em 92. Ainda em 92, modesta na realização de obras, a Secretaria de Vias Públicas de Erundina consumiu 10,3%.
Pontes, túneis e avenidas consumiram cerca de US$ 1,5 milhão ao dia. "Não importam quantos milhões de dólares custa uma obra na segunda maior cidade do mundo", diz o secretário de Vias Públicas, Reynaldo de Barros.
"Sou engenheiro, gosto de construir", diz o prefeito Paulo Maluf. Para ele "obra cara é obra inacabada". O prefeito sugere qua Constituição obrigue os prefeitos concluir as obras que começam.
Programa
O prefeito pretende começar seu próprio programa de obras viárias neste ano. "Até agora não começamos nada novo", disse. Segundo o secretário Reynaldo de Barros, o governo planeja começar a construir em 94 uma passagem em desnível entre as avenidas Interlagos e Sabará (zona sul), o alargamento da avenida Vereador José Diniz (Santo Amaro, zona sul), um corredor de ônibus entre o Largo 13 e a estação Paraíso do metrô (zona sul).
O programa também prevê a construção de duas novas pontes: da avenida Pompéia, sobre o rio Tietê, que servirá para desafogar as pontes do Limão e Casa Verde, e uma outra para cruzar o rio Pinheiros, a partir da avenida Pirajussara.

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