São Paulo, domingo, 2 de janeiro de 1994 |
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CPI em Fortaleza revela rede de prostituição
PAULO MOTA
"O turista chega em Fortaleza, diz que quer uma acompanhante e o pessoal que participa da rede de prostituição se encarrega de arranjar uma", diz o relator da CPI, vereador Durval Ferraz (PT). "Eu tenho o esquema com o gerente de um hotel. Ele sempre liga para mim quando tem um freguês hospedado", afirma A.F.S., 21, que adota o nome fictício de Jessica. Ela diz cobrar de CR$ 10 mil a CR$ 15 mil pelo período de duas horas. Segundo Ferraz, a investigação da CPI apurou que pelos menos 13 taxistas com pontos na avenida Beira-mar, onde se concentram a maioria dos hotéis de luxo, atuam explicitamente no agenciamento de prostitutas. O relatório da CPI diz que os gerentes de hotéis participam do esquema de prostituição fazendo o contato com turistas e facilitando o acesso aos seus cômodos. Para a presidente do Conselho Cearense dos Direitos da Mulher, Fátima Dourado, a situação revelada pelo relatório da CPI mostra que a preocupação em incentivar o turismo deve ser acompanhada de uma ação de combate à prostituição. A secretária de Ação Social do Ceará, Fátima Catunda, não acredita que exista uma rede organizada entre turismo e prostituição, mas reconhece a "situação de crise". Segundo ela, o governo cearense já desenvolve vários projetos sociais com o objetivo de diminuir o impacto da prostituição no Estado. Segundo o vereador Durval Ferraz, uma cópia do relatório da CPI já foi enviada ao Ministério Público, denunciando os envolvidos. O sub-secretário de Segurança Pública, Irapuan Diniz Aguiar, diz que o combate à rede de prostituição é uma de suas prioridades. Texto Anterior: Secretário diz que 'situação era caótica' Próximo Texto: Italiano vive sonho ecológico-sexual Índice |
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