São Paulo, domingo, 2 de janeiro de 1994 |
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Saiba visitar a cidade sem virar caso de polícia
RONI LIMA
A Folha aponta 20 sugestões (veja quadro ao lado) para que o turista ou o morador mais amedrontado veja que a cidade não é feita só de banditismo –e nem de preconceito aos favelados. Comece, portanto, curtindo as noitadas de sábado nos ensaios da Mangueira para o Carnaval. A verde e rosa costuma promover os mais animados ensaios, garantindo tranquilidade a quem visita o morro. Desta vez, com um toque especial: o samba-enredo homenageia Caetano, Gal, Gil e Maria Bethania. Se você quer ver artistas televisivos, como Maurício Mattar e Adriana Esteves, dê um pulo na praia da Barra da Tijuca, em frente à barraca do Pepê. O local é frequentado por muita gente "descolada", além de praticantes de jiu-jitsu –o que torna um assalto quase impossível. A praia é um item indispensável para se entender o jeito carioca de ser. Mas não tenha medo de bancar o turista tradicional, olhando a deslumbrante paisagem do Rio de cima. Um dos melhores passeios pode ser uma subida ao Corcovado. Mas não vá de carro, o quente é ir de bondinho. Se a sede apertar de dia, duas boas dicas para um chope são os bares Arataca e Bracarense. Muitos artistas, como Tom Jobim, costumam passar pelo Arataca, principalmente no final das manhãs de sábado. "Parece um pouco aquele clima de mercado árabe", afirma o músico americano Bruce Henry, 44, há 20 no Brasil. Um programa imperdível são as "jam sessions" da Bookmakers, nas noites de quarta. Mas se o seu problema é a fome, que tal o Da Brambini? Também frequentado por gente badalada, como Waltinho Moreira Salles, é talvez o restaurante do Rio com mais cara do que há de melhor em São Paulo. "É difícil um restaurante italiano bom no Rio. O Da Brambini é uma surpresa", diz o vídeo-maker paulista Marcelo Tas. Se você continuar a achar que o Rio é só violência após tentar estas e outras sugestões do quadro, não deixe, pelo menos, de ir ao Centro Cultural Banco do Brasil, visitando seus teatros, salas de exposições, de vídeo e de chá. "É uma coisa fantástica. O maior chavão que a gente ouve lá é: isto aqui é o Primeiro Mundo", diz o jornalista Sérgio Cabral, 56. Texto Anterior: Nova lei tenta inibir alemães Próximo Texto: Pagode é dissidência musical em Salvador Índice |
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