São Paulo, domingo, 2 de janeiro de 1994
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Feliz plano novo

ANDRÉ LAHOZ MENDONÇA DE BARROS

Iniciou-se nesta semana o Plano FHC, com o envio do Orçamento e de MPs aumentando impostos para o Congresso. O objetivo é zerar o déficit público em 94, déficit este que em 93 foi superior a US$ 10 bilhões. Além de cortar com isto pressões inflacionárias, o maior impacto ocorre sobre as expectativas dos agentes econômicos.
Nesse sentido, a tarefa não é fácil. Afinal, sabe-se que as resistências políticas no Parlamento não serão pequenas e, possivelmente, o projeto será modificado. Dependendo do tipo de mudança, ficará difícil convencer os agentes da possibilidade do equilíbrio.
Afinal, a cada alteração feita no sentido de cortar imposto ou aumentar despesa, teoricamente deveria ocorrer uma operação inversa, sob pena de se perder de vista o déficit zero. Se isto não se verificar na prática, resta ao ministro duas opções: pedir demissão ou admitir que a atual proposta é mentirosa e que parte dela ali estava apenas como moeda de troca.
O ministro tem um forte argumento a seu favor na negociação com os parlamentares, que é o vazio que sua eventual saída deixaria no governo. Se isto será suficiente, as próximas semanas mostrarão. Enquanto isto se passa, resta uma certeza: a inflação abre o ano com muito fôlego.

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