São Paulo, domingo, 2 de janeiro de 1994
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Alugue uma ilha para curtir as férias

TELMA FIGUEIREDO
DA REPORTAGEM LOCAL

Curtir o calor e o mar "a bordo" de uma ilha particular não é privilégio exclusivo dos personagens de filmes no cinema ou das raras pessoas que incluem um lugar como esses em seu patrimônio. Principalmente em Angra dos Reis, no Rio, uma região com várias ilhas particulares, há proprietários que alugam seus imóveis para temporada de famílias ou grupos.
As descrições dessas ilhas –que muitas vezes incluem prainhas privativas, natureza exuberante, acomodações confortáveis, opção de uso de lanchas e jet-ski– ajudam a "digerir" os preços altos das diárias, que em alguns casos chegam a US$ 1.000.
"As pessoas que procuram ilhas particulares geralmente não se importam em pagar caro por privacidade, sossego e pelo prazer de praticar mergulho em um lugar especial, por exemplo", diz Guilherme Moreira, 58, dono de um centro de mergulho em Angra dos Reis.
Moreira intermedia alguns negócios entre proprietários de ilhas e interessados que o procuram. "Alguns estrangeiros que gostam de mergulhar me ligam querendo viabilizar uma estadia da noite para o dia", afirma. Quando dinheiro não é problema, até um helicóptero pode ser posto a disposição dos ocupantes. Entre as pessoas que trabalham com esse mercado, comenta-se que no réveillon passado um empresário pagou US$ 50 mil por uma estadia de dez dias –com direito a todas mordomias, é claro.
Procura difícil
A dificuldade para se hospedar em uma casa de ilha particular começa na procura de contatos. Primeiro porque a oferta é muito restrita. "A maioria das pessoas que têm casas nesses locais, utilizam-nas para uso próprio e nem cogitam alugá-las", diz Cláudia Maria Morcef, 31, sócia da Classi Produções e Turismo, empresa de Angra que trabalha com opções de casas em ilhas.
Outro motivo é o fato de várias agências de turismo optarem por não trabalhar com o produto. "Não operamos com ilhas particulares. Embora elas atraiam bastante as pessoas é difícil montar grupos por causa do alto custo da estadia", diz Miya Tanaka, 37, sócia da Radical Livre Ecoturismo e Aventuras.
Entre as opções encontradas pela Folha, três –ilha do Breu, ilha do Araújo e ilha da Cocanha– são negociadas na cidade de São Paulo. Os demais negócios precisam ser fechados com empresas ou pessoas do Rio.
Na ilha Francisca, em Angra, por exemplo, onde há uma casa com acomodações para até 16 pessoas, diárias de US$ 400 a US$ 500, as reservas podem ser feitas pelo telefone –(0243) 65-0044– na cidade mesmo ou no Rio, (021) 233-6336, na Norway Turismo. A ilha pertence a uma família de ingleses e dispõe ainda de um restaurante.

LEIA MAIS
sobre aluguel de ilhas na pág. 10-2.

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