São Paulo, quinta-feira, 6 de janeiro de 1994
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País volta a ter inflação de 40%

MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO

O Brasil volta em janeiro a conviver com uma taxa de inflação de 40%, a exemplo do que ocorreu em novembro de 89 quando estava em 42,96%. Tradicionalmente um período de forte aceleração, este janeiro recebe novos ingredientes que vão impulsionar ainda mais a taxa. Um deles vem do próprio governo: aumento de impostos. Outro vem de especulações sobre a próxima safra agrícola.
O atraso do plantio provocou corrida na formação de estoques, prevendo-se escassez neste final de entressafra. As chuvas recentes, no entanto, estão melhorando o desenvolvimento da lavoura.
A escassez e queda de safra podem não se confirmar, mas os efeitos dessa corrida foram sentidos nos preços de alimentos em dezembro. A pressão deve continuar em janeiro.
Os aumentos serão generalizados neste mês, mas não deverão ter a mesma intensidade verificada em dezembro, quando a inflação atingiu 38,52% no IPC (Indice de Preços ao Consumidor) da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), acima dos 35,84% de novembro.
Janeiro vai ser um período de difícil previsão da inflação, segundo os técnicos especializados, mas todos admitem que a taxa deve ficar próxima a 40%. Além da variação muito grande dos preços atualmente, alguns índices terão mudanças. A Fipe atualizou sua estrutura de peso, alterando inclusive a faixa de renda da pesquisa. Os índices do IBGE também começam janeiro com aprimoramento em seus pesos, e o mesmo deve ocorrer com o IPC da Fundação Getúlio Vargas.

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sobre inflação na pág. 2-3.

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