São Paulo, quinta-feira, 6 de janeiro de 1994
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Dois generais peruanos são detidos por assassinatos

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Dois generais e outros seis militares peruanos de diferentes patentes estão presos, acusados do assassinato de um professor e nove estudantes universitários em 1992. A notícia foi divulgada ontem pelo general Guido Guevara Guerra, presidente do Conselho Supremo da Justiça Militar.
Os detidos pertenciam a um grupo de ação anti-subversiva que em julho de 1992 interveio na universidade La Cantuta, em Lima. Na ação desapareceram o professor e os nove estudantes, acusados de fazer parte do grupo terrorista Sendero Luminoso.
O caso estava praticamente esquecido até que os corpos foram encontrados, no ano passado, com sinais de terem sido assassinados. Em abril, o Congresso iniciou uma investigação, depois de denúncias anônimas de que as vítimas tinham sido detidas por um "esquadrão da morte" militar.
Estão presos, em uma dependência militar não especificada, os generais Juan rivero, chefe do Serviço de Inteligência do Exército, e Federico Navarro, ex-chefe de operações especiais da unidade. Os outros detidos são o major Martin Rivas, os tenentes Aquilino Portella e Rodolfo Velarde e três suboficiais. Eles são acusados de assassinato, sequestro, negligência, abuso de autoridade, atentar contra a vida, o corpo e a saúde das vítimas e atuar contra a administração da Justiça. Guido Guevara advertiu, no entanto, que a detenção nem sempre implica responsabilidade.
O caso está sendo disputado pelas Justiças civil e militar. Os parentes das vítimas querem que o caso seja julgado por civis. O promotor federal Victor Cubas acusou 11 militares no caso e o juiz Magno Chaón ordenou sua detenção. Mas a ordem não foi cumprida porque a Justiça militar impetrou recurso de competência sobre o caso.

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