São Paulo, sábado, 8 de janeiro de 1994
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Eletrobrás dá a maior complementação

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Eletrobrás é a empresa estatal que mais gasta por mês com complementação de aposentadoria dos seus funcionários em cargo de chefia: US$ 711,14 (CR$ 245 mil) por empregado. Esse gasto médio consta no relatório divulgado ontem pela SAF (Secretaria de Administração Federal). A Petrobrás ocupa a segunda posição nesses gastos, com US$ 657,66 (CR$ 226 mil) por empregado.
A complementação de aposentadoria paga pela Eletrobrás representa 21,91% da remuneração básica da média dos ocupantes de cargo de chefia (US$ 3.246,18) ou 38% do salário básico (US$ 1.871,25). No caso da Petrobrás, o repasse por empregado no cargo de chefia equivale a 22,08% da remuneração básica média (US$ 2.978,38) e 40,76% do salário básico.
Os gastos das estatais com repasses aos fundos de pensões é uma das preocupações do governo. Recente estudo realizado pela Seplan (Secretaria de Planejamento) e divulgado pela Folha mostra que as empresas estatais repassaram irregularmente US$ 3,7 bilhões entre 1986 e 1992 aos seus fundos de pensão, responsáveis pela complementação de aposentadoria. A Abrapp (Associação Brasileira das Empresas de Previdência Privada) contesta os dados do governo, argumentando que a lei não proíbe repasses superiores a 7% da folha de pagamentos, como argumenta a Secretaria do Planejamento. Para o governo, há gestão irregular dos fundos de pensão das estatais, que estão sob investigação.
Os dados divulgados ontem pela Secretaria de Administração Federal mostram que o BC (Banco Central) repassa à Centrus, fundo de pensão dos seus funcionários, US$ 546,63 em média por empregado, independente dele ocupar cargo de chefia ou de nível técnico. O repasse equivale a 15,38% da remuneração básica média (US$ 3.555,20) ou 40,26% do salário básico. No caso dos técnicos, o repasse para a Centrus equivale a 49,96% da remuneração.

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