São Paulo, sábado, 8 de janeiro de 1994 |
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Brasil 'joga fora' 18% da produção de grãos
EDNA DANTAS
Além de desperdiçar, o Brasil ainda importou grãos: 700 mil t de arroz, 1,5 milhão de milho e 5,5 milhões de trigo. Segundo Portugal, a última vez que o governo teve que recorrer ao mercado externo para comprar arroz, por exemplo, foi em 86, no Plano Cruzado. Independe do desempenho da economia, o ministro prevê que o governo ainda terá que importar grãos este ano. Números revelados pela Folha, no caderno "Fome", mostram que anualmente o Brasil perde, entre a colheita e a armazenagem, 23,8 milhões de toneladas de alimentos avaliados em US$ 5,4 bilhões e suficiente para alimentar 9,2 milhões de famílias indigentes do país por dois anos. Mesmo ainda não efetivado no cargo, o ministro interino encaminhou ao presidente Itamar Franco um plano de ação para o setor, incluindo uma proposta de privatização dos armazéns do governo. Parte do desperdício da produção brasileira, segundo Portugal, deve-se ao mau armazenamento. O transporte inadequado também provoca perdas. A idéia do ministro-interino é manter um "estoque de papéis" e não de grãos. Os títulos seriam negociados pelo governo com empresas privadas nas Bolsas. Na avaliação do ministro, o governo deve rever aspectos da tributação e incentivar as exportações. Para Portugal, "é fundamental" que o ministério tenha uma atuação maior nos organismos internacionais como o Gatt. Numa segunda fase, o ministro propõe o estímulo às cooperativas. A proposta do ministro é de que o governo tente em instituições financeiras internacionais, como o Banco Mundial, empréstimos para aplicação no treinamento e infra-estrutura de 1.500 municípios. Texto Anterior: Briga familiar prejudica as operações Próximo Texto: Debate na Folha discute desperdício Índice |
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