São Paulo, domingo, 9 de janeiro de 1994
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Camisinha deixa de ser tabu para classe média

MAURICIO STYCER
DA REPORTAGEM LOCAL

O uso da camisinha deixou de ser um tabu entre a classe média paulistana. Ao menos é o que revela a pesquisa do Datafolha: 31% dos entrevistados desistiriam de uma relação se descobrissem que estavam sem camisinha e 55% sairiam de casa para comprar o preservativo.
"Esse dado mostra uma mudança. No fim dos anos 80, ainda vigorava um sentimento de desconfiança em relação ao parceiro que sugerisse o uso da camisinha", diz Ana Carolina Issler Ferreira, 37, diretora do Grupo de Educação e Treinamento do CRT-Aids da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo.
Apenas 14% dos entrevistados teriam a relação de qualquer maneira, sem camisinha. "É surpreendentemente positivo o percentual de intenção de uso da camisinha", diz Ana Carolina. "Mas não sabemos se esse índice revela um uso consistente da camisinha." Por uso consistente, a médica infectologista entende a preocupação do usuário com o prazo de validade do preservativo e com o controle de qualidade.
Sobre os 55% dos entrevistados que declararam ter tido relações sexuais nos últimos 12 meses sem camisinha apenas com um parceiro ou parceira, Ana Carolina adverte: "Possivelmente, são pessoas que têm parceiro fixo. Pode ser mais difícil usar quando já existe vínculo na relação, mas o risco existe em qualquer relação", exagera a médica.
Um último dado chama a atenção da diretora do CRT–Aids. Trata-se dos 45% que afirmam que teriam mais relações sexuais se a Aids não existisse. "Esse número mostra que a preocupação com a Aids poderia funcionar como um fator inibidor de relações sexuais.' (MSy)

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