São Paulo, domingo, 9 de janeiro de 1994 |
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Camisinha deixa de ser tabu para classe média
MAURICIO STYCER
"Esse dado mostra uma mudança. No fim dos anos 80, ainda vigorava um sentimento de desconfiança em relação ao parceiro que sugerisse o uso da camisinha", diz Ana Carolina Issler Ferreira, 37, diretora do Grupo de Educação e Treinamento do CRT-Aids da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo. Apenas 14% dos entrevistados teriam a relação de qualquer maneira, sem camisinha. "É surpreendentemente positivo o percentual de intenção de uso da camisinha", diz Ana Carolina. "Mas não sabemos se esse índice revela um uso consistente da camisinha." Por uso consistente, a médica infectologista entende a preocupação do usuário com o prazo de validade do preservativo e com o controle de qualidade. Sobre os 55% dos entrevistados que declararam ter tido relações sexuais nos últimos 12 meses sem camisinha apenas com um parceiro ou parceira, Ana Carolina adverte: "Possivelmente, são pessoas que têm parceiro fixo. Pode ser mais difícil usar quando já existe vínculo na relação, mas o risco existe em qualquer relação", exagera a médica. Um último dado chama a atenção da diretora do CRT–Aids. Trata-se dos 45% que afirmam que teriam mais relações sexuais se a Aids não existisse. "Esse número mostra que a preocupação com a Aids poderia funcionar como um fator inibidor de relações sexuais.' (MSy) Texto Anterior: Solitária não quer sexo de uma noite Próximo Texto: Ex-drag queen faz menos sexo por causa da Aids Índice |
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