São Paulo, domingo, 9 de janeiro de 1994
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Serviços é o "setor do ano 2000"

JOSÉ VICENTE BERNARDO
EDITOR-INTERINO DE EMPREGOS

As melhores oportunidades de trabalho no ano 2000 vão estar concentradas em prestação de serviços –setor enfocado neste primeiro capítulo da série "Profissões do Futuro". Empresas e especialistas divergem nas explicações –vocação do país, fato comum na transformação das economias capitalistas, reflexo da popularização da tecnologia–, mas suas previsões apontam para a mesma direção. Atividades ligadas a educação e saúde prometem ser os maiores filões, inclusive para quem perdeu seu lugar no setor industrial.
Para compor o panorama do final do século, Empregos ouviu diretores de empresas significativas do setor de serviços –Varig e Telesp, por exemplo, somam cerca de 50 mil funcionários. Consultores e analistas ajudaram a pintar o cenário do mercado de trabalho para os próximos dez anos (veja quadros).
"Há uma revolução no perfil do mercado e dos profissionais", avalia Luiz Carlos de Queirós Cabrera, 49, professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e diretor da consultoria PMC - Panelli, Motta, Cabrera & Associados. O estopim dessa revolução é o fato de que a indústria "está no limite de sua sobrevivência". O setor industrial era o principal empregador antes da onda de redução de níveis hierárquicos –que acabou com as gerências intermediárias– e enxugamento de quadros.
As "cabeças que rolaram", ou ainda vão rolar, só reencontrarão um lugar se mudarem radicalmente de atitude –e começarem a pensar como negociadores, aprenderem a administrar suas carreiras e abandonarem a idéia de "emprego para a vida toda" (leia texto abaixo).
Para o professor Luciano Gaino, do GVPEC (Programa de Educação Continuada da FGV), o Brasil está encontrando nos serviços sua verdadeira vocação depois de investir, sem o sucesso esperado, na indústria.

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