São Paulo, domingo, 9 de janeiro de 1994
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Leitura dinâmica pode triplicar velocidade e eficiência do leitor

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Os brasileiros gastam por ano cerca de 40 horas de lazer em leitura e lêem metade do que lêem os norte-americanos. A justificativa mais frequente é a falta de tempo. Mas o fato é que lêem devagar, entre 100 e 200 palavras por minuto. Para se ter uma idéia, o ex-presidente norte-americano John Kennedy lia 5.000 palavras por minuto. É possível atingir o meio-termo sem ser superdotado. Cursos de leitura dinâmica são capazes de triplicar a velocidade de leitura.
"O leitor dinâmico lê idéias; o leitor convencional lê palavras, como aprendeu no primário", diz Hermes Gonçalves, 49, diretor da escola Intelectom. Com exercícios musculares, o olho amplia seu campo visual e enxerga de uma só vez quatro ou mais palavras em vez de uma. Ele também aprende a saltar verticalmente pelas frases –o movimento natural é horizontal, da esquerda para a direita. A própria velocidade acaba obrigando o leitor a concentrar-se mais no texto.
A leitura dinâmica ficou com má reputação no Brasil nos anos 70, quando o modismo trouxe muitos "picaretas". Mas o método –criado na França– é respeitado por empresas e universidades no mundo todo, especialmente nos EUA. A analista de recursos humanos da Xerox, Maria Inês Oliveira, 33, fez o curso e aprovou. "Antes eu gastava de um a dois dias com um livro de 200 páginas; hoje termino em uma hora e meia", diz.
Um curso de 30 horas-aula custa de US$ 100 a US$ 150. Em geral, oferece aulas extras sobre lógica, para que o aluno ordene as idéias lidas e pule o que não interessa. Essa é, segundo os professores, a maior dificuldade das gerações que não tiveram filosofia na escola. A Intelectom costuma fazer o exame final de seus alunos com o livro "Sagarana" de Guimarães Rosa. (ASG)

ONDE SE INFORMAR
Intelectom: (011) 255-9755; Iadi: (011) 288-2466; Sete: (011) 875-1836; Personal (cursos por manuais e fitas): (011) 820-1433.

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