São Paulo, segunda-feira, 10 de janeiro de 1994
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Parazão deixa bilhete de ameaça

MÁRIO MAGALHÃES
DA SUCURSAL DO RIO

O delegado Jorge Mário Gomes, diretor do Departamento Geral de Polícia da Capital, disse que, além de Comprido, acusado de assassinar a própria mulher, grávida, foram identificados outros dois traficantes do grupo de Parazão: Gordo e Silvinho. A polícia não conhece o nome completo de nenhum dos três. Três menores mortos, segundo Gomes, são "soldados da boca" –a designação para quem faz a segurança do quartel-general do tráfico na favela.
Foi encontrado um bilhete atribuído a Parazão com os seguintes dizeres: "Parazão não brinca, mata. Se a polísia (sic) se meter, morre também".
Jorge Gomes negou o envolvimento de policiais no grupo de Parazão. "O que acontece é que, vira e mexe, se encontra um mau policial fazendo o que não deveria." Mas Gomes disse que, apesar de achar que traficantes não merecem crédito, vai investigar as denúncias de pessoas ligadas a Jorge Luiz, que afirmam que policiais ajudaram Parazão na investida em Acari.
Poucos minutos antes do começo do tiroteio três carros da PM passaram pelas entradas de Acari e não notaram movimento diferente do normal, disse o comandante do 9.º Batalhão, Sildres Oliveira. A Polícia Militar vai voltar a policiar as entradas de Acari, o que fazia até novembro.
Depois da invasão a Acari –onde só houve uma detenção– a polícia ocupou no final da tarde a favela do Jorge Turco. Ninguém foi detido. A operação foi acompanhada pelo coronel Heleno Barbosa, subsecretário da Casa Militar do governador Leonel Brizola, que recebeu vários informes durante a tarde sobre a ação policial.

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