São Paulo, segunda-feira, 10 de janeiro de 1994
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Rebelião deixa 14 feridos no Hipódromo

DA REPORTAGEM LOCAL E DA AGÊNCIA FOLHA

Os 580 detentos dos três pavilhões do presídio do Hipódromo no Brás (região central) se rebelaram ontem às 13h. Eles colocaram fogo em colchões e quebraram paredes de celas. Segundo a polícia, pelo menos 14 presos ficaram feridos. Até as 23h30, os presos controlavam o presídio. Cerca de 30 homens e cinco cães da tropa de choque da PM foram enviados para o Hipódromo.
A rebelião começou às 13h no pavilhão 1 do presídio. Os detentos começaram a bater nas paredes e a botar fogo nos colchões. As principais reivindicações dos presos eram o aumento do horário de visitas, o fim das revistas nas celas e a remoção de 80 detentos condenados pela Justiça para outros presídios.
As 16h foram removidos do Hipódromo cerca de 30 detentos que estava jurados de morte pelos seus companheiros. Eles foram levados para o COC (Centro de Observação Criminológica), no Carandiru (zona norte).
Por volta das 16h30, os presos arrebentaram a parede de celas que dão para um terreno baldio, mas não conseguiram fugir, pois o Hipódromo já estava cercado pela PM. A rebelião se alastrou para os outros pavilhões. Os detentos arrebentaram os cadeados das celas e ocuparam o pátio interno do presídio. A tropa de choque chegou e entrou pelo primeiro portão do Hipódromo.
As 19h, o secretário adjunto da Administração Penitenciária, Antônio Ferreira Pinto, chegou no presídio. Os detentos formaram uma comissão com 12 membros e começaram a negociar com Ferreira Pinto às 19h30. As 23h, ficou decidido que os presos deixariam a polícia entrar no Hipódromo hoje de manhã, pondo fim à rebelião. "A cadeia está destruída", disse Ferreira Pinto.
Mongaguá
Cinco presos, um policial militar e três funcionários do presídio Rubens Aleixo Sendim, em Mongaguá, litoral de São Paulo, ficaram feridos após uma rebelião que durou 15 horas. Presos encapuzados disseram tratar-se de um protesto contra a morosidade da Justiça na análise dos processos de liberdade condicional. Entre os feridos está o diretor do presídio, Joacy Ferreira.

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